O racionamento de água em Minas pode começar em agosto, se a meta de economia de 30% não for alcançada até o fim de julho. A informação foi confirmada pela presidente da Copasa, Sinara Meireles Chena, nesta terça-feira (23). A restrição - ou a cobrança de sobretaxa - teria início pela região metropolitana de BH.
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Igam determina redução da captação de água nos reservatórios da Grande BH
A chance de economia é remota: de janeiro até agora, o nível de redução não foi atingido em nenhum mês. De acordo com o último levantamento da empresa, divulgado no início de junho, aponta que a redução chegou a 14,5% em maio. Em abril, foram 15% de economia. Março teve 16% de folga para os reservatórios, enquanto fevereiro representou somente 6,4%. O anúncio revolta ambientalistas, como o professor Apelo Heringer, que apontam que o consumo residencial não tem o peso atribuído pela Copasa para decretar racionamento e cobrança de sobretaxa.
— [Estão] justamente ameaçando quem já paga, pois o setor econômico - indústria, agronegócio e mineração, protegido por esse governo [estadual], é quem retira 90% da água dos rios, dos lençóis freáticos e das cavas da mineração, sumindo com a água. A estes setores nenhuma ameaça, nem cobrança, nem fiscalização, nem instalação de hidrômetros, nem revisão das outorgas obtidas ilegitimamente.
Sinara conversou com jornalistas na abertura do encontro "Minas Gerais e Espanha: diálogos para a inovação na gestão de recursos hídricos", que trouxe especialistas espanhois em segurança hídrica para explicar o enfrentamento da seca no país europeu em 2007.
Com a tradicional falta de chuvas em junho, todos os reservatórios do Sistema Paraopeba, que abastece a Grande BH, tiveram queda de nível. O sistema opera com 36,3% da capacidade total nesta terça-feira (23). O reservatório Serra Azul opera em situação crítica: 15,3%.Vargem das Flores tem 37,3%, enquanto o Rio Manso tem 48,4% de sua reserva. O Rio das Velhas tem vazão de 16,1 m³.