O governo comemora os primeiros resultados do “Em Frente, Brasil”, projeto de combate à criminalidade violenta implantando em cinco cidades, desde 30 de agosto deste ano. Em seu primeiro mês, houve queda de 53% nos homicídios, em setembro, em comparação com igual período de 2018.
Afinal, a que se deve esse resultado expressivo e o que há a se comemorar? Os mais apressados podem atribuir a um sentimento geral de que houve endurecimento das ações policiais – trocando em miúdos, está dando certo a “licença para matar” que muito eleitores depositaram nas urnas de 2018.
Muita calma nessa hora. E informação, muita informação. Primeiramente, trata-se de uma amostragem muito pequena em um país que tem mais de 5 mil municípios – e um mês é intervalo curtíssimo para consagrar qualquer ação governamental. Fundamental mesmo é saber em que consistem as forças-tarefas que integram o programa.
O “Em Frente, Brasil” é integrado pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria de Operações Integradas, Polícias Civis e Militares dos Estados, Corpos de Bombeiros Militares, Sistema Penitenciário, guardas municipais e Força Nacional de Segurança.
É, portanto, uma ampla mobilização de forças institucionais e equipamento já existentes e que funcionam de acordo com a lei. O governo não deslocou atiradores de elite nem tanques do exército para as cinco cidades monitoradas. Espera-se que os números otimistas sejam decorrentes do uso de planejamento e inteligência. Faria todo sentido.