Autora de livros e pesquisas sobre o luto, a doutora em psicologia pela Universidade de Londres e coordenadora do LELu (Laboratório de Estudos em Intervenções sobre o Luto) da PUC de São Paulo, Maria Helena Pereira Franco, alerta para a necessidade das pessoas que perdem familiares em tragédias como a de Brumadinho (MG) terem suporte psicológico por um bom tempo.
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A professora explica que perdas em situações repentinas e violentas como no caso do rompimento da barragem causam uma desorganização de tal ordem na vida das pessoas que a negação inicial do fato acaba sendo uma defesa psicológica importante.
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Ela também afirma que perdas violentas na família podem acarretar numa série de questões psicossomáticas. “Tem o risco do adoecimento, transtornos do sono e da alimentação, as pessoas se desvinculam, se afastam. Há longo prazo as reações físicas e psíquicas podem ser bem graves”, diz Maria Helena Pereira Franco, que lembra também o caso do incêndio na boate Kiss.
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A psicóloga diz também que cada luto é diferente, cada pessoa vive seu luto, até mesmo em casos de uma pessoa doente quando todas da família já esperam a morte.
Ao reforçar a necessidade de acompanhamento psicológico para os familiares das vítimas de tragédia, a professora Maria Helena Pereira Franco diz que quem vive a experiência do porte de Brumadinho não tem a ilusão de que vida voltará a ser o que era antes. “Eu que trabalho com situações de desastre posso lhe dizer que a vida não fica igual, fica diferente porque tudo que você acreditava e tomava como certo já não é mais, e ter que reconstruir a vida a partir de uma nova realidade é bastante difícil, não é impossível, mas é bastante difícil.