Os garis da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) voltaram ao trabalho neste domingo (9) depois de oito em greve. Com a intermediação da Justiça do Trabalho, eles entraram em acordo com a prefeitura, na noite do sábado (8), que vai passar a pagar salário de R$ 1.100 (o atual é R$ 802,52, e o que a categoria pedia era R$ 1.224), acrescido de 40% pela insalubridade do trabalho, e tíquete-refeição de R$ 20 (é R$ 12 hoje). Ainda há montanhas de lixo espalhados pela cidade, em especial na zona norte e na zona oeste.
Alexandre Pais, um dos representantes dos garis, acredita que só em uma semana a situação nas ruas irá se normalizar.
— A Prefeitura fala que em três dias estará tudo limpo, mas para a cidade ficar um brinco vamos precisar de mais tempo. Em alguns lugares o lixo chegou à altura das casas.
A categoria, segundo ele, avalia positivamente a paralisação, iniciada no Carnaval - apesar de o valor do salário-base não ter chegado ao que se pleiteava:
— Muita gente pensava que a gente ganhava bem. Foi bom para a sociedade ver o que passamos. Ainda temos muita luta pela frente, como a diminuição da carga horária, que é de 48 horas por semana.
Segundo a Prefeitura, o impacto na folha de pagamento será de R$ 400 milhões. No sábado à noite, em entrevista sobre o desfecho da greve, o prefeito Eduardo Paes afirmou ainda não saber de onde irá tirar os recursos.
— O gari merece o aumento porque ele é a alma da cidade. Não sabemos como, mas a Prefeitura vai fazer o esforço necessário para ajustar a demanda ao orçamento.
Ele garantiu que os grevistas não sofrerão retaliações, mas ressalvou que eles terão de compensar os dias de falta.