O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que os ataques às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) de Manguinhos e Lins, todos na zona norte da capital, na noite de quinta-feira (21) foram planejados pela maior facção criminosa do estado. Segundo Beltrame, a ordem para iniciar os ataques partiu de traficantes presos.
Por causa das ações ordenadas, o governador Sérgio Cabral anunciou que vai solicitar à Presidência da República apoio das Forças Federais para conter os ataques em comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o secretário, um plano de contenção será criado em caráter de urgência para evitar possíveis ataques. Beltrame se reuniu com Cabral na madrugada desta sexta-feira (21) após ataques em três áreas de UPPs, formando O comando da Segurança Pública no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle). Também participaram do encontro o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Luís Castro Menezes, além de outras autoridades da Segurança.
Ataques
A base de apoio à UPP Camarista Méier em Boca do Mato (Complexo de Lins) foi alvo de tiros no início da noite desta quinta-feira (20). A informação foi confirmada pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora.
A região é a segunda da Zona Norte do Rio a registrar ataques contra UPPs. Mais cedo, o comandante da UPP Manguinhos foi baleado durante troca de tiros. O capitão Gabriel Toledo foi atingido na coxa direita e encaminhado ao Hospital Federal de Bonsucesso. Um outro PM também foi ferido.
Desocupação
A confusão começou após policiais da UPP Mandela (que atua ao lado da UPP Manguinhos no Complexo de Manguinhos) serem acionados, na tarde desta quinta, para atender a ocorrência de tumulto durante a desocupação de imóveis próximo ao depósito de suprimentos da região.
Viaturas foram apedrejadas e um policial foi ferido na cabeça e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ele foi medicado e passa bem.
De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, o comandante foi ferido depois de um novo tumulto ocorrer nas proximidades da UPP Mandela. Um grupo de manifestantes ateou fogo em pneus e montou barricadas na Avenida Leopoldo Bulhões.
O capitão Toledo prestava apoio à UPP vizinha, quando foi atingido por um dos tiros disparados contra policiais e contra as bases da unidade. No final da noite, ele foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar e seguia em observação.
Duas viaturas e cinco bases de apoio a UPP Mandela foram incendiadas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar os focos de incêndio.