O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) confirmou, nesta quinta-feira (10), que a 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada instaurou um procedimento independente para apurar a morte de Kathlen de Oliveira Romeu, que estava grávida de três meses, durante um tiroteio no Complexo do Lins, na zona norte do Rio.
A Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar do MPRJ também abriu investigação para apurar eventual crime militar relacionado ao caso. Além disso, a Corregedoria da Polícia Militar foi acionada para instaurar um Inquérito Policial Militar.
A investigação da Polícia Civil já ouviu nove dos 12 militares envolvidos na ação na terça-feira (8).
Um dos policiais que prestaram depoimento na Divisão de Homicídios afirmou não ter visto a vítima durante a troca de tirosna região conhecida como Beco 14 e que entrou em confronto com suspeitos em uma boca de fumo. Ele também declarou que disparou cinco vezes contra o bando, além de mais dois tiros terem sido disparados por um colega. Ele disse também que conseguiu identificar dois dos quatro criminosos, sendo que um deles estava armado com fuzil.
De acordo com a apuração, agentes da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Lins recolheram do local do crime estojos de munições deflagradas na ação. Segundo informações apuradas pela Record TV Rio, os policiais levaram o material, que deveria ser preservado para perícia
Entretanto, por meio de nota, a Polícia Militar afirmou que o local foi preservado e a perícia foi acionada.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que Kathlen morreu após ter sido ferida com um tiro de fuzil no tórax. A jovem foi baleada na rua quando visitava a avó na comunidade. A morte dela gerou protestos e revoltou amigos e familiares.
“Saber quem matou a minha filha me dá um certo conforto. A justiça pra mim seria outras pessoas não estarem aqui dando essa entrevista. Eu quero ser a última entrevista contando essa história. Essa justiça que eu quero”, disse a mãe.