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'Me queimaram', diz tio de menina morta na ZL após deixar a cadeia

DHPP confirma liberação. Ele reafirmou que se limpava em roupa de criança

São Paulo|Gustavo Basso, do R7

O tio de Bia estava presente no enterro das meninas
O tio de Bia estava presente no enterro das meninas O tio de Bia estava presente no enterro das meninas

O tio de uma das meninas de três anos violentadas e mortas na zona leste de São Paulo foi liberado na última sexta-feira (24). Thiago Moreira dos Santos havia sido detido no dia 30 de outubro após a polícia encontrar material genético seu na roupa da sobrinha Beatriz Moreira dos Santos.

Desde que foi solto, Santos está escondido fora do bairro onde mora, temendo ser atacado pela população.

“Eu só quero minha liberdade de volta, porque me queimaram [teve a imagem prejudicada] em toda parte. Isso é um pesadelo pra mim, não posso nem sair na rua. Como eu vou conseguir um serviço assim? Já ameaçaram muito a mim, minha família, na rede social, me chamando de estuprador. Se eu sair na rua vão me linchar, me matar”, diz.

O DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, da Polícia Civil) confirma que Santos foi liberado da prisão temporária na última semana.

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Santos e sua família afirmam desde que foi detido que a origem do sêmen encontrado na roupa seria relações sexuais com a mulher.

“Eu não usava papel higiênico, então limpava com qualquer roupa. Eu sei que também vacilei nisso, mas quem ia adivinhar que ia acontecer uma coisa dessas?”, afirma.

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A mulher de Santos, Milena Martins Santos reforçou a versão dada por ele à polícia. "Na época estávamos morando com a mãe do Thiago e a casa era uma bagunça. Éramos oito pessoas em uma casa de dois cômodos, e vira e mexe ela colocava roupa suja na menina", afirmou em entrevista ao R7.

Ele diz que, se a polícia averiguasse, encontraria traços de matérial genético até em roupas da mãe e da irmã.

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Durante a entrevista ao R7, Santos pediu para que fosse publicada uma foto dele. “Quero mostrar minha cara, pois sou inocente”. Pouco depois, ele enviou uma foto pessoal à reportagem.

Santos conta que passou os 25 dias detido com Marcelo Pereira de Souza e Everaldo Jesus Santos (Val) no 77º DP, até que os três foram encaminhados ao IML. “Um rapaz do DHPP disse que eu era inocente, e fui sem algemas, na parte da frente do carro. No meu caso não havia nada de prova, era só a blusa, mas no caso deles [a perícia] pegou sêmen nas meninas, digital no pescoço, na Fiorino”.

O caso

Meninas foram encontradas no dia das crianças
Meninas foram encontradas no dia das crianças Meninas foram encontradas no dia das crianças

Beatriz Moreira dos Santos e Adrielly Mel Severo Porto, ambas de 3 anos, desapareceram na região da Vila Jacuí, zona leste de São Paulo, em 24 de setembro. Duas semanas depois, no dia das crianças, elas foram encontradas mortas em um veiculo Fiat Fiorinio estacionado dentro de um terreno na região.

Durante as investigações, a polícia concluiu que as crianças foram violentadas e assassinadas no mesmo dia em que desapareceram. Marcelo Pereira de Souza, que confessou o crime após o depoimento da mulher, e Everaldo de Jesus Santos, conhecido como Val, foram presos no dia 20 de outubro.

Antes, a dupla havia sido sequestrada e torturada por suspeitos de integrar a facção criminosa PCC, que desconfiavam da autoria dos dois. A polícia deteve um acusado de participar da tortura.

No dia 16 de novembro foi realizada a reconstituição do caso, com a presença de Marcelo Pereira, único acusado a confessar o caso. Um esquema de segurança foi montado para garantir a integridade do suspeito. Após duas horas, a delegada responsável, Ana Paula Rodrigues, afirmou que a reconstituição serviu para reforçar as convicções que o DHPP tinha a partir da investigação.

Souza confessou o crime à polícia. Val nega o crime. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos dois acusados.

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