Com o objetivo de reunir informações sobre os impactos causados na vida das pessoas por causa da crise hídrica de São Paulo, Promotorias de Justiça e Grupos de Atuação Especial do Ministério Público Estadual promovem audiências públicas nesta semana. A ideia é estimular a população a relatar os problemas enfrentados por causa da crise da água no Estado.
De acordo com o promotor do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) de Cabeceiras, Ricardo Manuel Castro, a participação da população nessa fase é muito importante.
— Queremos ouvir as pessoas sobre os impactos que estão sofrendo em sua vida em virtude da crise hídrica. Embora a gente tenha relatos, essas informações nunca chegaram direto pra nós e é importante que a gente faça colheita dessa prova e norteie investigações que já existem.
Governo do Estado torna oficial a crise hídrica na Grande SP
'Crise hídrica está durando mais do que se imaginava', diz diretor da Sabesp
Segundo Castro, hoje há, no MP-SP, cerca de 50 inquéritos civis e ações civis públicas que tratam da crise hídrica. Para o promotor, com os relatos da população é possível dar continuidade às investigações.
— É importante que as pessoas tragam os relatos do que tem observado como falta de água não comunicada pela Sabesp, percepção de alteração na qualidade da água como alteração de cheio, sabor, doenças que foram causadas em virtude do consumo dessa água, impacto de obras da Sabesp, todas essas interfaces da crise hídrica que somente a população está sentindo.
Para Castro, apesar da situação ainda ser muito grave, o tema saiu um pouco de pauta e isso é prejudicial. Segundo ele, a crise, que se agravou nos últimos dois anos, não pode ser "esquecida" pela população e pelo poder público.
— Não estamos em uma situação tranquila e estamos muito preocupados com o tratamento que vem sendo feito [do tema]. Não temos certeza de que passaremos o período de estiagem com folga e nos preocupa a quantidade a qualidade da água que vem sendo distribuída.