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Para presidente do sindicato dos motoristas, paralisação de ônibus surgiu a partir de boatos

Reajuste maior do que o prometido teria irritado trabalhadores

São Paulo|Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7

Valdevan Noventa (centro), o sindicato "não fez nada às escondidas"
Valdevan Noventa (centro), o sindicato "não fez nada às escondidas" Valdevan Noventa (centro), o sindicato "não fez nada às escondidas"

A paralisação que pegou de surpresa usuários de ônibus e o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo foi motivada por boatos, afirma o presidente da entidade, José Valdevan de Jesus Santos, o “Noventa”.

— Não recebemos nenhuma pauta com reivindicações que explique o motim. Ouvimos muita fofoca, de que uma hora era uma proposta, de que aceitamos outra, de que o prefeito falou isso, toda hora uma mentira. Se o prefeito oferecesse 19% pra essa categoria, estaríamos no auge.

Pelo segundo dia, terminais de ônibus da capital foram fechados por trabalhadores. Nesta quarta-feira (21), dez pontos estavam obstruídos. Na última terça-feira (20), a paralisação chegou a encerrar o movimento de 16 terminais. O motim causou surpresa porque foi realizado depois de os motoristas e cobradores aprovarem, em assembleia, o reajuste salarial e colocarem fim à ameaça de greve.

Até agora, os líderes da paralisação não foram identificados, mas a viação Santa Brígida é apontada como a responsável pelo movimento.

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— Não tivemos nenhum movimento contrário durante a assembleia e no pós assembleia. Às 9h de ontem, começou o motim no Largo do Paissandu, pelos trabalhadores da Santa Brígida. E quem não aderia, era ameaçado, tinha o pneu furado, ou a chave era jogada. Eu acredito que querem afetar o sindicato. É uma forma direta de nos atingir, enfraquecer, difamar.

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Noventa explica que não existe um histórico de oposição à atual chapa do sindicato, no poder há seis meses.

— A oposição que disputou conosco, que era situação e perdeu, está aí, nas garagens. Não perseguimos nenhum trabalhador. Acreditamos que há pessoas da administração passada por trás disso, mas com as investigações, vamos chegar a quem realmente está encabeçando esse movimento. Nós não fazemos nada às escondidas. Tudo que aconteceu na assembleia foi aprovado pelos trabalhadores.

Na assembleia da última segunda-feira (19), os trabalhadores aceitaram reajuste de 10% no salário, participação de lucros e resultados de R$ 850 e tíquete mensal de R$ 445,50. Além disso, as mulheres vão ter direito a 180 dias de licença-maternidade, os motoristas terão o reconhecimento da insalubridade, podendo assim se aposentar com 25 anos de trabalho. Segundo Noventa, o sindicato propôs reajuste de 13%, mas só conseguiu chegar a 10% com os patrões.

Para o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, a paralisação é uma sabotagem.

— Houve uma negociação salarial que foi resolvida com o dissídio coletivo. Nunca vi, na minha experiência política, alguém fazer greve depois de ter o aumento do salário. Além disso, os líderes do movimento não aparecem.

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