Os motoristas e cobradores que aderiram a paralisação de ônibus em São Paulo estão usando ameaça de depredação como mecanismo para esvaziar os coletivos nesta quarta-feira (21). Muitos veículos foram abandonados em vias da cidade.
Na avenida Faria Lima, zona oeste da capital, tanto no corredor quanto na faixa esquerda da via, os ônibus ficaram com o pisca alerta ligado, alguns completamente vazios.
Um cobrador da consórcio 7, que atua na zona sul e preferiu não se identificar, conta que foi obrigado a descer do ônibus pelos colegas que estão em greve.
— Estava passando por volta das 9h e alguns companheiros de trabalho da Santa Brígida disseram para eu parar e avisaram que, se a gente fosse até o terminal Pinheiros, ia ter depredação.
Na avenida Inajar de Souza, sentido Freguesia do Ó, os manifestantes adotam atitude parecida com a de Pinheiros: desligam os ônibus no corredor próximo à rua Bartolomeu de Canto e deixam os passageiros descerem.
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Aparalisaçãofechava 10 dos 33 terminais de ônibus da capital paulista por volta das 14h51 desta quarta-feira (21), quando 10 garagens também estavam inoperantes. De acordo com a SPTrans, os terminais fechados são: Casa Verde, Cachoeirinha, Grajaú, João Dias, Lapa, Mercado, Parque Dom Pedro, Pinheiros, Pirituba, Santo Amaro e Sacomã.
O protesto afeta cerca de 1,8 milhão de pessoas, de acordo com as empresas que tiveram as atividades paralisadas nesta manhã. Cinco das 14 viações que atendem à capital paulista estão paradas. As zonas norte e noroeste são as mais afetadas, mas há paralisações também em parte da zona sul e zona oeste.
O secretário de Transporte Jilmar Tatto anunciou que o rodízio da tarde foi suspenso em São Paulo nesta quarta-feira, pelo segundo dia consecutivo.