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PM crê que suspeitos atropelaram criança, mas dono de carro nega

Garoto de cinco anos morreu após ser atropelado junto com a mãe durante perseguição policial a este veículo, envolvido em roubo de uma padaria

São Paulo|Márcio Neves, do R7

PM chegou a divulgar fotos do veículo no momento da apreensão, apontando o amassado
PM chegou a divulgar fotos do veículo no momento da apreensão, apontando o amassado PM chegou a divulgar fotos do veículo no momento da apreensão, apontando o amassado

A mulher do dono do veículo envolvido na perseguição policial que terminou com o atropelamento do menino Leandro Santos, 5 anos, e a mãe dele, que segue internada, afirma que o carro já estava amassado, e descarta que o veículo tenha atropelado a família. O relato contradiz a Polícia Militar, que afirmou que as marcas encontradas no momento da apreensão "são compatíveis com o atropelamento".

A mulher, que pediu para não ser identificada por medo de represálias, aponta que um acidente de transito, que aconteceu um mês antes da perseguição, em 26 de março, amassou a parte frontal do carro.

O veículo teria sido emprestado por seu marido para os suspeitos para um trabalho de carreto. Ela alegou ainda que ele não esta envolvido no crime que ocorreu antes da perseguição.

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A criança morreu e a mulher segue hospitalizada em estado grave. Os dois policiais militares que participaram da ação, passam bem e afirmaram não saber quem atropelou os dois.

O carro foi apreendido na tarde desta segunda-feira (22) e a Polícia Militar chegou a afirmar que os amassados no Fiat Strada "são compatíveis com o atropelamento". A informação constatava em nota da própria SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), que afirmou que o veículo da 1ª companhia do 19º Batalhão da Polícia Militar atropelou as vítimas.

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Para comprovar sua versão, que foi fornecida à Polícia Civil, a mulher apresentou conversas de WhatsApp com a outra pessoa que provocou o acidente e comprovantes de agendamento de vistoria junto a uma seguradora.

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A apresentação do veículo e dos suspeitos para a Polícia Civil fugiu dos padrões, segundo investigadores. A equipe da Polícia Militar só apresentou-os 5 horas depois da apreensão, e em uma delegacia diferente da indicada pela própria PM.

O veículo foi apreendido por volta de 15h e levado para a sede da 1ª Companhia do 19º Batalhão da Polícia Militar, que fica ao lado do 41º DP (Vila Rica), delegacia que investiga o caso.

Por volta das 19h40, o R7 presenciou o carro sendo levado para outra delegacia, o 69º DP (Teotônio Vilela). Dez minutos antes, a reportagem questionou o 41º DP se a ocorrência havia sido apresentada, conforme a PM havia informado que seria, mas a Polícia Civil afirmou que nenhum suspeito, nem o veículo, foram apresentados no local.

Um inquérito Policial Militar (IPM) já foi instaurado para apurar a conduta dos PMs. A Corregedoria da PM e a Ouvidoria das polícias também acompanham o caso.

O R7 questionou tanto a Polícia Militar, como a SSP sobre a demora em fazer a apresentação da ocorrência e o fato dela ter sido feita em outro DP, que não o que investiga os fatos, e sobre as circunstâncias relacionadas a autoria do atropelamento, mas até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.

29 segundos

Em um novo vídeo obtido com exlcusividade pelo R7 é possível ver que o carro da PM passa em alta velocidade, com as luzes de emergência desligadas, cerca de 29 segundos depois da Fiat Strada. O flagrante foi feito por uma câmera de vigilância a cerca de 600 metros do local onde ocorreu o atropelamento. 

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