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Prefeitura quer 'zona 50' em 41 acessos às Marginais do Pinheiros e do Tietê

A cada dez mortes no trânsito da capital uma ocorreu em algum desses endereços

São Paulo|

Prefeitura diz que ação é para aumentar a segurança
Prefeitura diz que ação é para aumentar a segurança Prefeitura diz que ação é para aumentar a segurança

As próximas vias de São Paulo que terão a velocidade reduzida para 50 km/h são 41 ruas e avenidas que dão acesso às Marginais do Pinheiros e do Tietê. O motivo da Prefeitura é aumentar a segurança. Levantamento do jornal O Estado de S.Paulo mostra que a cada dez mortes no trânsito da capital em 2014 uma ocorreu em algum desses endereços. As vias tiveram 119 vítimas, o que representa 9,5% do total de 1.249 pessoas que morreram no trânsito no ano passado.

Além de diminuir as fatalidades, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, também quer reduzir a quantidade de acidentes de trânsito com feridos nos locais onde a velocidade máxima permitida é de 60 km/h. Em 2014, 2.260 pessoas se machucaram em acidentes de trânsito nos 41 endereços, ou 11,2% dos 23.547 casos semelhantes registrados em todo o Município, no mesmo período.

— Quando conversei com a área técnica da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a preocupação era para que continuasse a diminuição [de velocidade nas vias] onde acontecem mais acidentes. A segunda [preocupação é] tentar fazer a saída das Marginais, já para ir criando uma espécie de rede de "zona 50".

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De acordo com o secretário, "fica por conta" da companhia o cronograma de reduzir a velocidade de 50 km/h. Ele ainda garantiu que o plano da Prefeitura é irreversível.

— A decisão política foi tomada. O conceito e o critério é esse: a redução do número de acidentes.

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Alguns viários, no entanto, já tiveram a velocidade reduzida em 10 km/h. A Avenida Aricanduva, na zona leste, que dá acesso à Marginal do Tietê, teve a medida adotada no dia 3 deste mês. A via teve 13 mortes em 2014. O mesmo ocorreu com a Estrada de Itapecerica, na zona sul, que é interligada com a Marginal do Pinheiros. Lá, 22 pessoas morreram ao longo de 2014.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que tenta barrar na Justiça a redução de velocidade nas Marginais, ainda avalia se vai entrar com alguma medida judicial contra a Prefeitura pela padronização da velocidade. Já o MPE (Ministério Público Estadual) vai decidir, até quinta-feira (13), se abre algum tipo de investigação para apurar a medida no restante da cidade.

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Proporção

Para especialistas na área de transporte, a proporção de mortes nos 41 locais é menor do que a quantidade de feridos porque se trata de vias arteriais com semáforos, curvas, canteiros centrais e outros obstáculos nos viários que tornam os acidentes menos fatais. "Existe uma série de fatores como geometria da via e volume de tráfego", explicou o consultor de Transportes Marcos Bicalho. Mas ele acha "um exagero" os limites de 50 km/h nas vias arteriais da cidade, mesmo admitindo que a medida pode amenizar a quantidade de mortos e feridos.

— Certamente, se manter essa medida, fazer valer, vai ter resultado. Mas o consumo de bebida alcoólica também causa tantos acidentes quanto a velocidade.

Para o chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, a proporção menor de mortos não quer dizer que as vias não precisem ter uma velocidade de 50 km/h.

— A gravidade das lesões nos acidentes vai ser outra. A velocidade é o primeiro fator para desencadear as tragédias no trânsito.

Ainda, segundo ele, mesmo os motoristas que transgredirem os novos limites "vão desrespeitar, mas em uma velocidade menor do que antes."

Para ele, a padronização no restante da cidade "é saudável" para a segurança dos motoristas e pedestres, sem prejudicar o trânsito.

— O que causa os congestionamentos é o excesso de veículos e não a velocidade máxima que se pode trafegar.

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