Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

SSP omite nome de delegado que teria se recusado a registrar abuso policial

Advogados disseram ser impedidos de fazer queixa contra PMs, após serem presos em ato

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Biral (foto) diz ter sido impedido de registrar B.O. de lesão corporal
Biral (foto) diz ter sido impedido de registrar B.O. de lesão corporal Biral (foto) diz ter sido impedido de registrar B.O. de lesão corporal

A SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) se nega a fornecer o nome do delegado do 78º Distrito Policial (Jardins) que registrou a ocorrência dos dois advogados presos por policiais militares durante um ato na praça Roosevelt, região central, na noite de terça-feira (1º). A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) quer explicações da Polícia Civil a respeito da acusação feita por Daniel Biral e Silvia Daskal de que o plantonista se recusou a fazer um boletim de ocorrência contra os PMs por abuso de autoridade e lesão corporal.

Os defensores dizem que foram levados à delegacia após questionar a ausência de identificação dos PMs que atuavam no ato. Na versão da SSP, eles ofenderam os policiais e foram levados por desacato, motivo pelo qual tiveram que assinar um termo circunstanciado para serem liberados. Biral alega que foi agredido por PMs durante a detenção. Ele aparece em fotos com hematomas no pescoço e no rosto.

Eles participavam de uma reunião na praça Roosevelt organizada para pedir a libertação dos manifestantes Fábio Hideki e Rafael Lusvarghi, presos no último dia 23. Houve tumulto e a PM usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. Outras três pessoas foram detidas e liberadas.

Nesta quarta-feira (2), em entrevista ao R7, o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, classificou como “um disparate” a ação da PM contra os advogados. Eles foram levados à delegacia no exercício da profissão e sem a presença de um representante da entidade, o que é ilegal. A Ordem pede que os PMs que participaram da detenção sejam punidos.

Publicidade

Costa também quer apuração do episódio envolvendo o delegado. Ele criticou a postura do plantonista.

— É um absurdo. Ele [delegado] não pode recusar, ele não está lá para apreciar se existe abuso, se deixou de existir. A autoridade policial está lá para apurar. Ele que registrasse e apurasse.

Publicidade

No fim da tarde, o R7 pediu por diversas vezes à SSP o nome do responsável pelo registro da ocorrência no 78º DP. A última resposta foi de que não seria possível obter essa informação, mesmo ela sendo pública. A reportagem apurou que o delegado que teria se recusado a fazer o registro é Severino Vasconcelos.

O 78º Distrito Policial costuma receber os casos de detidos durante manifestações devido à região que atende. Esse tipo de caso não é incomum na rotina do delegado. Foi ele quem autuou em flagrante o jornalista Raphael Sanz Casseb durante uma manifestação em junho do ano passado. Na ocasião, Vasconcelos prendeu o jovem por dano ao patrimônio e estipulou fiança de R$ 20 mil.

Publicidade

O presidente da OAB-SP ainda acrescentou que Daskal fez um exame de corpo de delito e que encaminhará o resultado à entidade. Em nota, a SSP nega que ele tenha feito o procedimento e também diz que o advogado não foi impedido de registrar o boletim. A pasta pede ainda que o advogado encaminhe as denúncias à Corregedoria da PM, para apuração.

Leia mais notícias de São Paulo

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.