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Presidente da OAB-SP diz que PM cometeu “um disparate” ao prender advogados em ato

Marcos da Costa conversou nesta quarta-feira com os dois defensores detidos

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Daniel Biral (foto) alega ter sido agredido pelos policiais
Daniel Biral (foto) alega ter sido agredido pelos policiais Daniel Biral (foto) alega ter sido agredido pelos policiais

A Polícia Militar agiu de maneira “preocupante” e cometeu “um disparate” ao prender dois advogados durante um ato na noite de terça-feira (1º), na praça Roosevelt, no centro de São Paulo. A opinião é do presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil em SP), Marcos da Costa.

Contrariando a lei, PMs levaram à delegacia Daniel Biral e Silvia Daskal, integrantes do grupo Advogados Ativistas, sem a presença de um representante da OAB. Costa conversou nesta quarta-feira (2) com os dois e assistiu às imagens feitas durante a confusão.

— As imagens vão até o momento da imobilização. Depois de imobilizados, eles são levados atrás da barreira do Batalhão de Choque. O máximo que [a filmagem] chega é até o momento dessa ação. Nós estamos requerendo, inclusive, as próprias imagens que foram feitas pela Polícia Militar.

Além disso, a Ordem quer que sejam identificados e punidos os PMs responsáveis pela prisão. A detenção teria acontecido no momento que os dois foram perguntar o nome dos policiais sem tarjeta.

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Os advogados foram levados ao 78º Distrito Policial (Jardins). Segundo a versão divulgada pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), os dois ofenderam e empurraram PMs e assinaram um termo circunstanciado de desacato.

OAB quer apuração de detenção de advogados em ato

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Daniel e Silvia pediram ao delegado de plantão o nome dos policiais e também quiseram registrar um boletim de ocorrência contra eles por abuso de autoridade e lesão corporal. O plantonista teria se recusado. A OAB-SP também quer explicações sobre isso.

— É um absurdo. Ele [delegado] não pode recusar, ele não está lá para apreciar se existe abuso, se deixou de existir. A autoridade policial está lá para apurar. Ele que registrasse e apurasse.

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Segundo André Zanardo, também integrante do Advogados Ativistas, o delegado não quis ouvir explicações dos detidos e condicionou a liberação deles à assinatura do termo circunstanciado.

— Ele simplesmente falou que não iria fazer o reconhecimento dos policiais envolvidos e que não iria fazer o B.O. porque não achava pertinente.

O R7 pediu à SSP o nome do delegado que fez o boletim de ocorrência, mas até a publicação desta reportagem, aguardava resposta da pasta.

Costa disse que nesta tarde viu as escoriações que o advogado tem no corpo. Segundo ele, Biral passou por exame de corpo de delito. Zanardo contou que ele desmaiou após ter recebido socos na têmpora.

Preocupação

Costa diz que a entidade está preocupada porque é a segunda vez que advogados são presos pela PM no exercício da profissão em poucos dias.Outro caso aconteceu no dia 25 de junho, em uma desapropriação.

— Ele se apresentou como advogado e foi entrar no prédio para conversar com as famílias que estavam sendo desalojadas. A Polícia Militar não só impediu que ele entrasse, como agiu da mesma forma, com extrema violência, imobilizando, detendo o advogado, que já é um senhor de certa idade, e o levando para a delegacia.

O presidente diz que nesse caso já foram solicitadas providências à Polícia Militar. Ele também não descarta se reunir com o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, e com o comandante da PM, coronel Benedito Roberto Meira, para discutir a ação policial.

Ato

Após o ato intitulado “Debate democrático pela libertação dos presos políticos” - contra as prisões do estudante Fábio Hideki e do professor Rafael Lusvarghi no último dia 23 -, outras três pessoas foram presas. A Polícia Militar chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo.

Segundo a SSP, um homem de 32 anos ofendeu a tropa e se afastou. Ele teria voltado “com uma mochila volumosa” e incitado cerca de 50 pessoas contra os PMs. Levado ao 78º DP, o manifestante foi liberado após assinar um termo circunstanciado de resistência.

Por volta das 20h30, dois irmãos também foram detidos. A PM disse que eles ofenderam os policiais. Os dois foram soltos após assinar um termo circunstanciado de desacato. 

Assista ao vídeo:

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