O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou ser simpático à ideia de que o transporte individual ajude a financiar o público. Ele disse que considera a alternativa "extremamente ousada", porque dialoga com questões ligadas à justiça social, mobilidade e meio ambiente.
— Não estou nem falando como dirigente, mas como cidadão. Eu acho que quem deveria financiar o transporte público, fora o financiamento atual, é o transporte individual. Essa é minha opinião. Não sei como fazer, mas a ideia do subsídio cruzado, de quem usa o carro financiar quem colabora com a cidade utilizando transporte público, me agrada. Não é ideia brasileira. Ela tem respaldo em algumas experiências no exterior.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, também se mostrou favorável à possibilidade.
— A cidade de São Paulo já está fazendo sua parte. Está dando R$ 1,2 bilhão de subsídios para o transporte público. Então, temos que buscar outra fonte de financiamento. Por que o usuário do carro não pode pagar por isso? Por que a gente não cobra um imposto sobre a gasolina, sobre a bomba, e esse dinheiro fica para o município?
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Haddad acrescentou que o Brasil precisa dar “saltos de qualidade na percepção de soluções inovadoras para seus problemas”, não se restringindo ao “feijão com arroz”. Disse ainda que o debate sobre mobilidade precisa ser mais “franco”.
— As regiões metropolitanas hoje estão numa situação caótica por falta de uma resposta inovadora. Então, pensar soluções como essa pode chegar a um denominador comum. O fato é o seguinte: tem um povo na rua pedindo providências e ninguém pode descansar enquanto não encontrá-las. Sabendo das responsabilidades que tem para o futuro das finanças do município.
Viagem a Brasília
Nesta quarta-feira (19), Fernando Haddad viaja para Brasília onde se encontra com integrantes da Frente Nacional de Prefeitos, do qual é vice-presidente. Ele pretende ainda sentar com senadores para discutir a questão da tarifa do transporte público.