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Cleo Pires revelou ter distúrbio alimentar. Entenda o transtorno

Atriz expôs transtorno após ofensas sobre a aparência nas redes sociais; dietas 'malucas' somadas a fator genético podem desencadear problema

Saúde|Do R7


Cleo Pires afirmou ter compulsão alimentar e rebateu críticas à sua aparência
Cleo Pires afirmou ter compulsão alimentar e rebateu críticas à sua aparência Cleo Pires afirmou ter compulsão alimentar e rebateu críticas à sua aparência

Depois de receber críticas por sua aparência, a atriz Cleo Pires, 36, revelou sofrer de distúrbio alimentar. "Acho que é um distúrbio da forma como você se vê, distúrbio alimentar, em que você toma coisas que tiram totalmente sua fome e, de repente, você passa por alguma coisa emocional em que você fica desequilibrada e come o pé da mesa. Não tem fim, você come até passar mal mesmo", afirmou.

Sua irmã Antonia Morais, 27, contou também ter tido o problema. "Tomei muito remédio para emagrecer na minha vida. Esses remédios mexiam com minha cabeça, comecei a ter várias questões, crise de pânico, depressão, paranoia, achava que estava sendo seguida. Foi bem difícil essa fase da minha vida", contou.

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O distúrbio alimentar chamado de "comer compulsivo" pode acontecer por questões genéticas ou induzido por dietas "malucas" para emagrecer, segundo o psiquiatra Luiz Scocca, do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo.

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"A compulsão alimentar, depois de uma dieta, ocorre porque o corpo acaba compensando, de maneira inadequada e irredutível, o desejo de comer, levando à ingestão de comida sem parar, mesmo sem fome. Não se atinge a saciedade", explica. 

"O cérebro tem um sistema de recompensa e muitas coisas são capazes de modificar esse conjunto de conexões e de neurotransmissores que se comunicam e agem no intuito de recomensar, dar satisfação, e a alimentação e um deles", completa.

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Ele ressalta que a compulsão pode não ser apenas por comida, mas por internet, sexo, álcool, ginástica, trabalho, drogas e remédios. 

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Muitas vezes o distúrbio alimentar pode estar associado a outros transtornos, como de ansiedade e à depresão, de acordo com o psiquiatra. "Cada vez mais há diagnósticos assim. O estresse do dia a dia e a pressão pelo corpo perfeito, junto a uma predisposição genética, podem desencadear os problemas", diz.

Nem sempre essa pressão vem da mãe ou da "sociedade", segundo Scocca. "Na maioria das vezes é uma exigência dela mesma ou o cuidado da mãe ou dos outros em relação à sua imagem é sentido por ela de forma exacerbada".

A teoria de que mães mais bonitas ou bem-sucedidas podem resultar em filhas com distúrbios alimentares é controversa. "Com certeza, a pressão parte muito mais de dentro do que de fora", frisa.

Ser chamada de "gorda", como ocorreu com Cleo nas redes sociais, é uma ofensa grave para as mulheres. "Isso ocorre porque para muitas mulheres ser magra é a coisa mais importante da vida, até mais do que ser bonita", afirma.

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Entre os sintomas de que se está ingressando em um distúrbio alimentar estão utilizar métodos laxativos ou remédios para emagrecer sem necessidade, comer escondido, para não receber críticas, ter sintomas afetivos negativos ligados à comida, como sentir culpa ou tristeza ao comer demais, e não conseguir se controlar, passando sempre pela geladeira, segundo o médico.

"Esses sintomas são indicativos para se procurar ajuda médica", afirma. O ideal é um psiquiatra. 

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Segundo Scocca, quem tem o problema demora a ter consciência. Ele aponta que geralmente é um familiar quem nota e o leva ao médico. "A compulsão pode levar à obesidade com carência de vitaminas e a doenças como a hipertensão", diz. "A pessoa come para se sentir melhor e acaba obtendo o oposto e se odeia por isso", completa. 

O tratamento consiste em uma combinação de terapia com medicamentos, geralmente antidepressivos ou ansiolíticos. Expor o problema nas redes sociais não funciona para todos, destaca o médico. "Muitos preferem se recolher, pois a exposição pode ser muito pesada", afirma.

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