Infecções na infância aumentam risco de anorexia na adolescência
Estudo mostrou ainda que quanto maior o número de infecções, maior essa probabilidade; alteração no microbioma intestinal seria uma das razões
Saúde|Deborah Giannini, do R7
Meninas que têm infecções graves ou de forma recorrente na infância correm mais risco de desenvolverem distúrbios alimentares na adolescência, segundo um novo estudo de pesquisadores dos Estados Unidos, Suécia e Dinamarca publicado no JAMA Psychiatry, revista da Associação Médica Americana.
A pesquisa ainda mostrou que quanto maior o número de infecções na infância, maior será a probabilidade do desenvolvimento de distúrbios alimentares na adolescência. O uso de três ou mais medicamentos para combater infecções também foi associado a um aumento de risco.
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Os pesquisadores analisaram o histórico de 525.643 meninas nascidas na Dinamarca entre 1989 e 2006. Eles levantaram todas as prescrições de antibióticos e outros medicamentos para combater infecções, assim como hospitalizações por motivo de infecção, até 2012.
Nesse período, houve 4.240 diagnósticos de transtornos alimentares, sendo que 2.131 receberam diagnóstico de anorexia (idade média de 15 anos), 711 de bulimia (idade média de 17 anos) e 1.398 de distúrbios alimentares não especificados.
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O estudo concluiu que as meninas que haviam sido hospitalizadas apresentavam um aumento de 22% no risco de anorexia, 35% de bulimia e 39% de outras desordens alimentares em relação as que nunca haviam sido hospitalizadas por infecção.
Os autores reconhecem que outros mecanismos, como fatores genéticos, estresse e ansiedade, podem aumentar o risco tanto de transtornos alimentares quanto de infecções.
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Em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times, a pesquisadora da Universidade Harvard Lauren Breithaupt, principal autora do estudo, afirmou que a ligação entre infecções na infância e distúrbios alimentares na adolescência ainda é desconhecida, mas ressaltou que uma das hipóteses é que medicamentos que combatem infecções, como antibióticos, afetam negativamente os micróbios bons do intestino. “Mudar o microbioma pode afetar os comportamentos por meio da conexão do intestino ao cérebro pelo nervo vago”, disse.
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