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Vício em comer pelos e cabelos traz isolamento social e pode "fechar intestino"

Tricotilomania afeta em sua maioria mulheres e a faixa etária mais comum é abaixo dos 40 anos

Saúde|Marcella Franco, do R7

Doença afeta em sua maioria mulheres
Doença afeta em sua maioria mulheres Doença afeta em sua maioria mulheres

Desconhecida do grande público e até mesmo de psiquiatras, a tricotilomania é um transtorno que afeta 5% da população brasileira, e que condena seus pacientes à vergonha e ao isolamento social.

Isso porque quem sofre deste distúrbio não consegue controlar a necessidade constante de arrancar cabelos e pelos do corpo todo, além de muitas vezes também sentir vontade de mastigar e comer os fios.

“Geralmente, após um dia estressante, a pessoa se senta para relaxar, vai passando a mão pelo escalpo, sente um cabelo com textura diferente e arranca”, explica o médico psiquiatra Hermano Tavares, do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

— A sensação ao fazer isso é sempre boa, quase como um alívio. Muitas vezes o paciente nem percebe que está fazendo isso, e arranca os fios enquanto está lendo, mexendo no computador, vendo um filme.

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A doença afeta em sua maioria mulheres, tendo uma taxa de incidência de três mulheres para cada homem tricotilomaníaco. A faixa etária mais comum é abaixo dos 40 anos — quando o transtorno começa a se manifestar depois disso, a tendência é que ele surja de maneira mais acentuada.

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Nas manifestações mais graves do distúrbio, os pacientes também praticam a tricofagia, que é a ingestão dos cabelos arrancados, e que pode causar obstruções intestinais severas.

— Cerca de 90% dos fios ingeridos são do polo cefálico, que compreende cabelo, barba e pelos da sobrancelha e nariz, e 2% são da região pubiana.

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Por se isolarem socialmente e demorarem a pedir ajuda, os tricotilomaníacos podem passar despercebidos entre seus familiares e amigos.

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Para cobrir as faixas sem cabelo na cabeça, acabam recorrendo a perucas, chapéus e penteados diferentes.

— Essas falhas no couro cabeludo com frequência são confundidas pelos leigos como algo contagioso, então estes pacientes acabam sendo isolados pela sociedade em situações corriqueiras, como no metrô, na escola, no trabalho.

Outra complicação comum entre aqueles que sofrem de tricotilomania, além da possibilidade de obstrução intestinal no caso de ingestão de fios, é a síndrome do túnel de carpo, quando um nervo que liga a mão ao antebraço é comprimido devido ao esforço e movimento repetitivo de arrancar cabelos.

Tratamento

O tratamento do transtorno deve ser feito com acompanhamento de psicólogos. Tavares, que coordena um ambulatório especializado no problema, alerta para a importância de se dar a devida atenção ao distúrbio.

— A tricotilomania muitas vezes está associada a transtornos ansiosos e à depressão. Sinais de que alguém próximo pode estar enfrentando isso são dificuldades sociais, rarefação visível do cabelo, e muitas vezes uma “nuvem” de fios espalhados pelo chão.

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