Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Colapso da corretora FTX reforça pedido por regulamentação de criptomoedas no Brasil

Projeto de lei aprovado no Senado prevê que corretoras tenham presença física no Brasil e notifiquem movimentações suspeitas

Tecnologia e Ciência|

Brasil tem um dos maiores mercados de criptomoedas do mundo
Brasil tem um dos maiores mercados de criptomoedas do mundo Brasil tem um dos maiores mercados de criptomoedas do mundo

Os defensores das criptomoedas estão cobrando do Congresso a aprovação final de um projeto de lei destinado a aumentar a supervisão sobre o setor, depois que o colapso da FTX levantou novas preocupações sobre o setor.

A FTX entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada e está sendo investigada por autoridades americanas em meio a relatos de que US$ 10 bilhões (R$ 54,68 bilhões) em ativos de clientes foram transferidos da corretora de criptomoedas para a trading Alameda Research, do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried.

Roberto Dagnoni, presidente-executivo da holding controladora do Mercado Bitcoin, disse que a lei ficou "meio dormente" durante o período eleitoral, mas agora precisa ser uma prioridade.

"Se há um lado bom (no desastre da FTX], é que a lei será priorizada", disse ele à Reuters na terça-feira (15). "As regras que existem atualmente não foram aplicadas​ ​a alguns grupos, então eles podem fazer o que quiserem... Isso [lei] mudaria bastante o quadro."

Publicidade

O projeto de lei, aprovado no início deste ano pelo Senado e agora aguardando a aprovação da Câmara dos Deputados, quer obrigar todos os provedores de serviços de criptomoedas ativos no país a terem uma entidade física no Brasil e a notificarem casos suspeitos de lavagem de dinheiro e outras atividades criminosas. O texto prevê multas e até prisão em caso de descumprimento.

O Brasil é um dos dez maiores mercados de criptomoedas do mundo, de acordo com dados da Chainalysis.

Publicidade

Fernando Furlan, ex-presidente da Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain (ABCB), também disse esperar que a saga da FTX seja "o empurrão que falta" para que a lei seja aprovada.

Furlan acrescentou que, embora a lei possa dificultar a operação das chamadas corretoras de criptomoedas "ponto com" e grupos menores devido a padrões regulatórios mais elevados, os benefícios do texto compensam.

Publicidade

"Se é bom para os investidores brasileiros, então é uma boa lei", acrescentou.

O jornal Folha de S.Paulo citou na semana passada o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, dizendo que o plenário estava pronto para votar a lei antes do fim do ano.

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, disse em evento do setor que "é importante que comecemos a ter regras" para as criptomoedas e que o projeto de lei "está muito próximo".

No entanto, alguns atores-chave estão céticos de que a proposta será aprovada tão rapidamente, dadas as questões orçamentárias de 2023, que ganharam prioridade após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial.

Lira não comentou o assunto. A FTX não tem uma grande presença na América Latina.

Dagnoni disse à Reuters que o Mercado Bitcoin, ativo principalmente no Brasil e em Portugal, não tem exposição à FTX e que desenvolveu a própria solução de custódia para armazenar ativos de clientes.

O executivo acrescentou que a plataforma até viu fluxos positivos líquidos, apesar das retiradas em massa de recursos do setor globalmente.

“Acho que as pessoas estão separando o ativo da má gestão”, disse ele.

LEIA ABAIXO: Gisele Bündchen e Stephen Curry: celebridades podem perder milhões com corretora de criptomoedas

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.