CPMI do 8 de Janeiro tem de ser ampla e democrática, mas não pode paralisar o Brasil
O Congresso Nacional tem neste ano muito trabalho pela frente, a começar pela reforma tributária e pela Lei das Fake News
Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos criminosos ocorridos em 8 de janeiro pode ser uma rara oportunidade para que nossos deputados e senadores deem um pouco de esperança e exemplos de civilidade ao país.
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Basta que tanto os representantes da oposição quanto os governistas se comportem com decoro e espírito cívico, independentemente de seus pontos de vista. Interessa a todos nós que os fatos e seus personagens venham a público, sejam expostos e destrinchados, para que, no fim, a democracia se fortaleça com a verdade — e os responsáveis por essa página vergonhosa da nossa história sejam apontados e, posteriormente, punidos.
O que não pode é essa CPMI ser tomada de assalto por oportunistas nem servir de palanque para discursos arruaceiros ou rancorosos. Se um tema tão fundamental for destratado ou conduzido de forma inábil, a população certamente não dará audiência a mais um circo (de horrores), pois estamos diante de uma crise econômica e de desafios sociais gravíssimos.
Pode ser pedir demais, mas o Brasil tem pela frente meses dificílimos, e o que não faltará ao Congresso é trabalho, muito trabalho. A começar pela reforma tributária urgente, a pauta política é extensa, como há muito não se via, o que envolve votações fundamentais, desde uma dezena de medidas provisórias até projetos de emenda constitucional (PECs), assim como a inadiável Lei das Fake News (com a aguardada regulação e responsabilização dos conteúdos nas redes sociais).
O Brasil não pode parar. E os parlamentares precisam cumprir seu papel de zelar pela democracia e construir alternativas para o povo brasileiro. Foram eleitos para isso.