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Egípcio procurado pelo FBI se apresenta à PF em Guarulhos

Mohamed Ahmed prestou depoimento para policiais federais da divisão Anti-terrorismo sobre as suspeitas da polícia federal americana

Brasil|Márcio Neves, do R7

Mohamed falou com a reportagem do R7 nesta quarta-feira (14) em São Paulo
Mohamed falou com a reportagem do R7 nesta quarta-feira (14) em São Paulo Mohamed falou com a reportagem do R7 nesta quarta-feira (14) em São Paulo

O empresário Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, procurado pelo FBI acusado de ter envolvimento com atividades terroristas, chegou a delegacia do aeroporto de Guarulhos por volta do meio-dia desta quinta-feira (15) para prestar depoimento a uma equipe da Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal, que veio de Brasília para acompanhar o caso, agentes do FBI, a polícia federal amerciana, também estão no local.

No depoimento, o advogado de Mohamed deve ainda apresentar documentos que mostram que o partido político do qual Mohamed era associado, o Gamaa Islamya Égypte, e seus afiliados, sofrem perseguição política pelo governo do Egito, e que uma das perseguições seria associar membros do partido a grupos terroristas.

Em um desses documentos ao qual o R7 teve acesso, a Comissão de Segurança da União Européia, em uma decisão de abril deste ano, aceita um recurso protocolado pelo partido para retirá-lo de uma lista de entidades suspeitas de ações ou vínculos terroristas. Entretanto, o partido ainda é considerado pelas autoridades americanas como um grupo terrorista.

Na decáda de 90, o partido chegou a realziar uma série de ataques violentos para tentar chegar ao poder no Egito, ganhando o status de grupo terrorista da comunidade internacional. Porém, desde os anos 2000, o partido abandonou práticas violentas e atualmente possui políticos no parlamento Egípcio.

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Mohamed tem situação legal aqui no Brasil, mas sua condição definitiva de refugiado está em análise pelo Ministério da Justiça. O primeiro pedido havia sido rejeitado no início do mês de Julho, devido às suspeitas que recaem sobre ele. Seu advogado recorreu da decisão, que agora aguarda uma definição final do ministério da Justiça e Segurança Pública.

Na tarde de ontem, em entrevista exclusiva ao R7, o egípcio reafirmou que não conhece e nunca teve envolvimento com ninguém que tenha relações com o grupo terrorista Al Qaeda e que é vítima de perseguição política no Egito.

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Na conversa, de pouco mais de 10 minutos, ele também disse que nunca foi aos Estados Unidos e reafirmou que está a disposição das autoridades para colaborar com o que for necessário para continuar a viver no Brasil.

Atualmente, Mohamed é sócio de um loja de móveis e está casado com uma brasileira, com quem vive em Guarulhos, na Grande São Paulo.

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O Caso

Na segunda-feira (12), Mohamed, que é casado com uma brasileira e está em situação legal no país, viu seu rosto ser exibido em vários jornais e sites, pois passou a ser apresentado como um procurado pelo FBI por ser suspeito de colaborar com um grupo terrorista.

Mohamed deve se apresentar à Polícia Federal ainda nesta quinta-feira (15), onde já esteve na segunda-feira (12) horas antes de ser listado como procurado. Ele foi até a instituição para protocolar um recurso ao seu pedido de refúgio feito ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados).

Cartaz divulgado pelo FBI anunciando o egípcio como procurado
Cartaz divulgado pelo FBI anunciando o egípcio como procurado Cartaz divulgado pelo FBI anunciando o egípcio como procurado

Portaria 666

Com a publicação da portaria 666, que prevê a deportação de pessoas consideradas "perigosas", e que foi editada pelo ministro da Justiça Sérgio Moro no fim de julho, Mohamed poderia ser deportado sumariamente mesmo sem um processo legal no Brasil.

São definidas como perigosas pessoas envolvidas em terrorismo, grupo criminoso organizado ou associação criminosa armada ou que tenha armas à disposição, tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo, pornografia ou exploração sexual infanto-juvenil e torcida com histórico de violência em estádios.

A simples figuração de seu nome numa lista de procurados, segundo esta portaria, já seria suficiente para que o governo autorizasse a deportação. Entretanto, especialistas em direito e o Ministério Público Federal contestam a portaria que, segundo eles, fere a legislação federal e não seria competência do Ministério da Justiça.

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