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Exclusivo: procurado pelo FBI nega ter envolvimento com a Al Qaeda

Mohamed afirmou em entrevista que não cometeu nenhum crime e que nunca teve contato com ninguém do grupo terrorista

Brasil|Márcio Neves, do R7

Egípcio conversou com o R7 na tarde desta quarta-feira (14), em São Paulo
Egípcio conversou com o R7 na tarde desta quarta-feira (14), em São Paulo Egípcio conversou com o R7 na tarde desta quarta-feira (14), em São Paulo

O empresário Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, procurado pelo FBI acusado de ter envolvimento com atividades terroristas, afirmou em entrevista exclusiva ao R7 na tarde desta quarta-feira (14), que não conhece e nunca teve envolvimento com ninguém que tenha relações com o grupo terrorista Al Qaeda.

Mohamed aceitou falar com a reportagem por alguns minutos no escritório de seu advogado, pouco depois de uma reunião sobre o depoimento que vai prestar à Polícia Federal nesta quinta-feira (15).

Visivelmente abatido, o egípcio falou em inglês, pois está no país há menos de um ano e tem dificuldades em compreender termos mais complexos em português. Assista:

Mohamed afirmou que era professor no Egito e antes de chegar ao Brasil passou um tempo na Turquia, fugindo de seu país natal por conta das perseguições políticas após a queda do presidente egípcio Mohamed Morsi.

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Leia mais: São falsas acusações do governo do Egito, diz procurado pelo FBI

Questionado sobre ter contato ou conhecer alguém da Al Qaeda, Mohamed afirmou que não conhece ninguém e que seus problemas são no Egito, por questões políticas, e diz não ter cometido nenhum crime.

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Mohamed também explicou que ficou sabendo que era procurado, após ligações de amigos na noite de segunda-feira, quando o FBI publicou em suas redes sociais suas fotos e o caso ganhou proporções na imprensa.

Na entrevista, ele afirmou ainda que esta situação causou problemas para parte da sua família que ainda está no Egito e que, quando se sentiu ameaçado pela perseguição do regime político de lá, procurou vir para o Brasil, pois quer viver em segurança e com mais dignidade.

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Na conversa, de pouco mais de 10 minutos, ele também disse que nunca foi aos Estados Unidos e reafirmou que está a disposição das autoridades para colaborar com o que for necessário para continuar a viver no Brasil.

Atualmente, Mohamed é sócio de um loja de móveis e está casado com uma brasileira, com quem vive em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Imagem divulgada pelo FBI colocando Muhamed como procurado
Imagem divulgada pelo FBI colocando Muhamed como procurado Imagem divulgada pelo FBI colocando Muhamed como procurado

O Caso

Na segunda-feira (12), Mohamed, que é casado com uma brasileira e está em situação legal no país, viu seu rosto ser exibido em vários jornais e sites, pois passou a ser apresentado como um procurado pelo FBI por ser suspeito de colaborar com um grupo terrorista.

Mohamed deve se apresentar à Polícia Federal ainda nesta quinta-feira (15), onde já esteve na segunda-feira (12) horas antes de ser listado como procurado. Ele foi até a instituição para protocolar um recurso ao seu pedido de refúgio feito ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados).

Portaria 666

Com a publicação da portaria 666, que prevê a deportação de pessoas consideradas "perigosas", e que foi editada pelo ministro da Justiça Sérgio Moro no fim de julho, Mohamed poderia ser deportado sumariamente mesmo sem um processo legal no Brasil.

Leia também: MPF abre inquérito para apurar portaria sobre deportação

São definidas como perigosas pessoas envolvidas em terrorismo, grupo criminoso organizado ou associação criminosa armada ou que tenha armas à disposição, tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo, pornografia ou exploração sexual infanto-juvenil e torcida com histórico de violência em estádios.

A simples figuração de seu nome numa lista de procurados, segundo esta portaria, já seria suficiente para que o governo autorizasse a deportação. Entretanto, especialistas em direito e o Ministério Público Federal contestam a portaria que, segundo eles, fere a legislação federal e não seria competência do Ministério da Justiça.

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