Um grupo de deputados do PMDB que se posiciona a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff protocolou pedido para destituir o líder da bancada na Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), nesta quarta-feira (9).
O grupo substituiu Picciani por Leonardo Quintão (PMDB-MG), conforme já consta no site da casa. Eles arrecadaram as 34 assinaturas necessárias para pedir a saída de Picciani do posto.
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O movimento começou depois que o líder peemedebista fez indicações de deputados governistas para preencher as oito vagas do partido na comissão especial do impeachment.
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Picciani, porém, ainda permanecia como líder do bloco conjunto do PMDB com o PEN no site da Câmara, até a publicação desta reportagem.
O pedido de retirar Picciani da liderança da bancada na Câmara foi discutido com o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, nesta terça-feira (8).
Ele recebeu os deputados insatisfeitos do partido em encontro no Palácio do Jaburu.
Hoje, Quintão evitou falar sobre o motivo da troca da liderança.
— Fui convidado pela maioria para trabalhar pela unidade partidária e trabalhar junto com o Senado. A troca foi motivada pela maioria. Não tenho posição para lado A ou B. Minha decisão na bancada será a da maioria.
Ele acrescentou que vai receber apoio do vice-presidente da República, Michel Temer, que também é presidente do PMDB.
— Marquei de falar com o Temer às 14h30 e ele vai nos ajudar muito aqui na Câmara. Caso a Dilma me convide para conversar, estou à total disposição.
Além de requisitar a destituição de Picciani da liderança, os oposicionistas do PMDB também motivaram a criação de uma chapa avulsa de deputados pró-impeachment que venceu a eleição secreta da comissão especial, na noite desta terça-feira.
No entanto, o rito de votação secreta foi questionado pelo PCdoB no STF (Supremo Tribunal Federal), que, pela decisão do ministro Edson Fachin, suspendeu o andamento do processo de impeachment na Câmara.
O plenário do tribunal vai analisar a validade dos atos de formação da comissão especial na próxima quarta-feira (16).
Ao todo, o grupo conseguiu 35 assinaturas, incluindo a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Picciani, que passou a manhã em reuniões externas, tentará agora uma nova lista de assinaturas para retornar ao posto de líder. Para isso, ele anunciou o retorno dos deputados Marco Antônio Cabral e Pedro Paulo, que estavam ocupando posto de secretários no governo do Rio de Janeiro.