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Moro bloqueia R$ 128 milhões repassados pela Odebrecht ao PT

Desse montante, o ex-ministro Antonio Palocci teria recebido R$ 6 milhões

Brasil|Do R7, com Agência Estado

Palocci foi levado hoje para a sede da Polícia Federal em Curitiba
Palocci foi levado hoje para a sede da Polícia Federal em Curitiba Palocci foi levado hoje para a sede da Polícia Federal em Curitiba

A procuradora-geral da República Laura Gonçalves Tessler afirmou que o montante já documentado de valores repassados ao PT pela Odebrecht totaliza R$ 128 milhões, conforme planilha do Grupo Odebrecht apreendida pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

Desse total, R$ 6 milhões teriam sido repassados ao ex-ministro Antonio Palocci. O Juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou o bloqueio dos valores.

A 35ª fase da Lava Jato investiga a atuação de Palocci em favor da Odebrecht junto ao governo federal em troca de pagamentos indevidos em diferentes frentes.

A força-tarefa declarou ainda existir um saldo de R$ 70 milhões presentes na planilha em valores que ainda estão sob investigação para se identificar se já foram repassados e quem teria recebido tais valores, disse Laura.

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"Palocci atuava como gestor da conta desde 2006 até, pelo menos, novembro de 2013, comprovadamente com pagamentos documentados nessa planilha", sintetizou a procuradora.

Ela acrescentou que, nos anos de 2014 e 2015, após a deflagração da Operação Lava Jato, foram identificados e-mails, com mensagens criptografadas, que se referem a encontros entre Palocci e o presidente da construtora, Marcelo Odebrecht. "Isso indica que continuavam as atividade ilícitas, já que para meras reuniões banais não precisariam de mensagens criptografadas", apontou.

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Ela acrescentou que os valores repassados ocorreram tanto em período eleitoral, quanto fora dele, o que também levanta a suspeita de que se tratam de propina, já que "não havia campanha (política em andamento) que subsidiasse a realização dos pagamentos".

Laura observou que, ao todo, foram identificadas mais de 30 reuniões entre Palocci e os membros do alto escalão da construtora, muitas delas realizadas na própria residência do ex-ministro, o que denota, segundo a procuradora, que havia interesse de que os encontros tivessem caráter sigiloso.

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Suspeita de ser operador de caixa ilícito

O ex-ministro Antonio Palocci era o gestor de um caixa ilícito do PT com o grupo Odebrecht, disseram membros da força-tarefa.

"Marcelo Odebrecht atrelava doações eleitorais, e principalmente as que ele coordenava, às vantagens que seu grupo empresarial poderia obter", disse o delegado Filipe Hille Pace em entrevista coletiva sobre a nova etapa.

"Não havia só vinculação específica com contratos para pagamento de propinas, travestidos de doação eleitoral, mas também uma visão mais genérica. Ele paga doação às margens de contabilidade legal condicionadas a vantagens que seu grupo teve ou iria ter com isso", acrescentou.

Segundo Pace, Marcelo Odebrecht "coordenava e autorizava diversos pagamentos de propina, não só para Antonio Palocci Filho, mas para obras em vários níveis de administração, federal, estadual".

O delegado disse que Odebrecht autorizou pagamentos de propinas relacionados a, entre outras obras, linha 2 do metrô de São Paulo, metrô de Ipanema do Rio de Janeiro e reforma no aeroporto Santos Dumont.

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