Senado aprova texto-base da reforma trabalhista com 50 votos favoráveis à proposta
Sessão tumultuada foi marcada por ocupação da Mesa Diretora e "apagão" do plenário
Brasil|Do R7, com Estadão Conteúdo
![Sessão que aprovou a reforma foi marcada pela ocupação da Mesa Diretora do Senado](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/DSJV4JR2WZPTTMFRVIHGCCUCPY.jpg?auth=4bdc8fc9d8cc7ee3a680ed9319fd6d464ae7aba1001abbf68c508e46247bbcd6&width=460&height=305)
O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (11), com 50 votos favoráveis, 26 contrários e 1 abstenção, o texto-base da reforma trabalhista. Com a aprovação, o PLC (Projeto de Lei da Câmara) 38/2017 segue direto para a sanção do presidente Michel Temer.
O projeto é considerado pelo governo de Temer como uma das principais medidas para estimular novas contratações no mercado de trabalho e desburocratizar os processos de admissão e demissão, queixa recorrente de muitos empresários.
O texto em questão altera mais de 100 pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Entre eles, autoriza os trabalhos intermitentes, permite dividir as férias em três períodos e faz com que os acordos coletivos tenham força de lei.
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A sessão que resultou na aprovação do projeto foi reiniciada pelo presidente do Senado Federal, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), por volta das 18h. Marcada para começar às 11h, a sessão ficou interrompida por mais de seis horas após um grupo de senadoras da oposição ocupar a Mesa Diretora da Casa.
O protesto resultou na suspensão da sessão e as luzes do plenário foram apagadas. As parlamentares solicitavam que fosse aprovada uma emenda à proposta de reforma para deixar o espaço destinado à presidência.
Ao retomar a sessão, Eunício usou um microfone sem fio para dizer que daria um período de 10 minutos para que haja entendimento entre os parlamentares para a retomada da sessão que votará a reforma trabalhista. Quando o peemedebista iniciou sua fala, o painel do Senado registrava a presença de 59 parlamentares. Esse número já subiu para 61.
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Segundo o presidente do Senado, se o entendimento não fosse alcançado nesse período, ele reabrirá a sessão e abrirá o painel para a votação da matéria no plenário.
Durante sua fala, Eunício citou que daria 20 minutos inicialmente, mas o prazo foi seguido por reação negativa de senadores da base governista, que pediam votação imediata do tema, por isso, o presidente reduziu o prazo pela metade.
— É a primeira vez que vejo isso na minha vida [a Mesa Diretora ocupada]. Fiz todas as tentativas para o entendimento e ultrapassei o regimento para ser democrático. [...] Eu não tenho partido nesta Mesa Diretora. Estou profundamente chocado com o que estou vendo.
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A fala do presidente do Senado foi rebatida por parlamentares da oposição, que o acusaram de quebra de acordo. Em resposta, o presidente do Senado acusou a oposição, em especial o senador Lindbergh Faria (PT-RJ), de ter quebrado acordo preliminar.
A ocupação da Mesa Diretora foi feita pelas senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice da Mata (PSB-BA), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO). Em alguns momentos, elas contaram com o apoio das deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Maria do Rosário (PT-RS).
Iniciada às 11h desta terça-feira (11), a sessão para votar a reforma trabalhista no Senado foi marcada por protesto de senadoras da oposição, "apagão", marmita na Mesa Diretora e discussões
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