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Temer exonera ministros para reforçar votação da reforma trabalhista na Câmara

Sessão deliberativa já começou no plenário. São necessários 257 votos para aprovação

Brasil|Mariana Londres, do R7, em Brasília

Temer exonera ministros para reforçar votação da reforma trabalhista na Câmara
Temer exonera ministros para reforçar votação da reforma trabalhista na Câmara Temer exonera ministros para reforçar votação da reforma trabalhista na Câmara

O Diário Oficial da União publicou nesta quarta-feira (26) a exoneração de três ministros para reassumirem as vagas de deputado federal e reforçarem a base governista na votação do projeto de lei que trata da reforma trabalhista (PL 6787/16). 

Os ministros são Bruno Cavalcanti de Araújo, do Ministério das Cidades; José Mendonça Filho; do Ministério da Educação; e Fernando Bezerra Filho, de Minas e Energia.

Oito em cada dez empregados no Brasil têm jornada de trabalho flexível

Considerada prioritária pelo governo para reaquecer a economia, a reforma trabalhista enfrenta resistência na sociedade. Sindicatos alegam que a reforma retira direitos dos trabalhadores. Entre os principais pontos do texto aprovado está a permissão para que a negociação entre empresas e trabalhadores prevaleça sobre a lei em pontos como parcelamento das férias em até três vezes, jornada de trabalho de até 12 horas diárias, plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho em casa.

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A votação da reforma está prevista hoje e a sessão deliberativa extraordinária que irá analisar o projeto de lei começou perto das 9h. Às 11h30, 394 deputados haviam registrado presença na Câmara e 194 no plenário. Para a votação de um projeto de lei começar é necessário quórum mínimo de 257 deputados no plenário. Por ser um projeto de lei, são necessários 257 votos favoráveis à reforma, maioria simples, para que seja aprovada. 

A oposição ao governo Temer promete obstrução, mas, por ser minoria, deve ser derrotada e a votação deve acontecer hoje. A intenção do presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) é concluir a votação nesta quarta, ou no máximo nesta quinta (27). Na manhã desta quarta, Maia recebe o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Claudio Lamachia, que irá entregar um manifesto contra a reforma trabalhista. 

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O texto-base da reforma trabalhista foi aprovado nesta terça (25) pela comissão especial criada para debater o assunto.

Com 27 votos favoráveis e 10 contrários, a comissão aprovou o texto principal da reforma, na forma de substitutivo apresentado nesta terça-feira (25) pelo relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).

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A comissão deixou de votar 25 destaques (alterações) que suprimiam trechos do projeto, já que teve início a Ordem do Dia no plenário. O Regimento Interno da Câmara impede votações em comissões enquanto o Plenário estiver em processo de votação.

Como o prazo de funcionamento da comissão especial já está esgotado e o projeto tramita em regime de urgência, o regimento permite que o projeto seja levado diretamente para o plenário. Os destaques serão votados no plenário após o text-base da reforma. 

Se aprovado nesta quarta, o texto da reforma trabalhista segue para o Senado, onde será analisado. 

Confira os principais pontos da proposta:

Negociação

Negociação entre empresas e trabalhadores vai prevalecer sobre a lei para pontos como: parcelamento das férias em até três vezes; jornada de trabalho, com limitação de 12 horas diárias e 220 horas mensais; participação nos lucros e resultados; jornada em deslocamento; intervalo entre jornadas (limite mínimo de 30 minutos); extensão de acordo coletivo após a expiração; e entrada no Programa de Seguro-Emprego; plano de cargos e salários; banco de horas (o que torna a compensação mais rápida do que hoje, que pode demorar até um ano), garantido o acréscimo de 50% na hora extra; remuneração por produtividade; trabalho remoto; registro de ponto.

Fora da negociação

As negociações entre patrões e empregados não podem tratar de FGTS, 13º salário, seguro-desemprego e salário-família (benefícios previdenciários), remuneração da hora de 50% acima da hora normal, licença-maternidade de 120 dias, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e normas relativas à segurança e saúde do trabalhador.

Trabalho em casa

Regulamentação modalidades de trabalho por home office (trabalho em casa), que será acordado previamente com o patrão – inclusive o uso de equipamentos e gastos com energia e internet.

Representação

Representantes dos trabalhadores dentro das empresas não precisam mais ser sindicalizados. Sindicatos continuarão a atuando nos acordos e nas convenções coletivas.

Trabalho intermitente

Modalidade pela qual os trabalhadores são pagos por período trabalhado. É diferente do trabalho contínuo, que é pago levando em conta 30 dias trabalhados, em forma de salário. O projeto prevê que o trabalhador receba pela jornada ou diária, e, proporcionalmente, com férias, FGTS, previdência e 13º salário.

Regime parcial

O parecer do relator estabelece que trabalho em regime de tempo parcial é de até 30 horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares por semana, ou de 26 horas por semana – neste caso com a possibilidade de 6 horas extras semanais. As horas extras serão pagas com o acréscimo de 50% sobre o salário-hora normal. Atualmente, trabalho em regime de tempo parcial é aquele que tem duração máxima de 25 horas semanais e a hora extra é vedada.

Ambiente insalubre

Marinho acatou emenda sugerida pela deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) que permite o trabalho de mulheres grávidas em ambientes considerados insalubres, desde que a empresa apresente atestado médico que garanta a saúde da funcionária. No substitutivo, o relator defende que o afastamento de mulheres grávidas de ambientes de trabalho considerados insalubres discrimina as mulheres, que assim têm seu salário reduzido, além de desestimular a contratação de mulheres.

Jornada de 12 horas

O projeto estabelece a possibilidade de jornada de 12 de trabalho com 36 horas de descanso.

Rescisão contratual

O projeto de lei retira a exigência de a homologação da rescisão contratual ser feita em sindicatos. Ela passa a ser feita na própria empresa, na presença dos advogados do empregador e do funcionário – que pode ter assistência do sindicato. Segundo o relator, a medida agiliza o acesso do empregado a benefícios como o saque do FGTS.

Ações trabalhistas

O trabalhador será obrigado a comparecer às audiências na Justiça do Trabalho e arcar com as custas do processo, caso perca a ação. Hoje o empregado pode faltar a até três audiências judiciais.

Terceirização

O projeto propõe salvaguardas para o trabalhador terceirizado, como uma quarentena de 18 meses para impedir que a empresa demita o trabalhador efetivo para recontratá-lo como terceirizado.

Contribuição sindical

A proposta torna a contribuição sindical optativa. A contribuição corresponde a um dia de salário que o trabalhador é obrigado a pagar todos os anos, mesmo se não for sindicalizado.

Multa

Na proposta original, apresentada pelo governo, a multa para empregador que mantém empregado não registrado era de R$ 6 mil por empregado, valor que caía para R$ 1 mil para microempresas ou empresa de pequeno porte. Em seu parecer, porém, Rogério Marinho reduziu o valor da multa, respectivamente, para R$ 3 mil e R$ 800. Atualmente, a empresa está sujeita a multa de um salário mínimo regional, por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.

Sucessão empresarial

O projeto prevê que, no caso em que uma empresa adquire outra, as obrigações trabalhistas passam a ser de responsabilidade da empresa sucessora.

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