Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Vacinas, vacinas, vacinas. Não há alternativa ao Brasil

O governo federal está próximo de atingir o compromisso de vacinar um milhão de pessoas por dia, mas ainda faltam doses e regularidade à campanha de imunização 

Brasil|Celso Fonseca Do R7

Até o dono do botequim da esquina sabe que, mais do que medidas restritivas ora aleatórias, ora absurdas e que ignoram aglomerações diárias no transporte público, serão as vacinas que irão conter a pandemia no Brasil. Só assim o país finalmente vai poder pisar no acelerador da retomada econômica. Vacinas, vacinas, vacinas. Apesar do clamor generalizado, o país ainda não conseguiu engatar um programa amplo de vacinação que dê alívio e permita que a população circule livremente em busca do sustento cada vez mais difícil.

Idosos aguardam vacinas em São Gonçalo (RJ): imunização lenta diante do avanço do vírus
Idosos aguardam vacinas em São Gonçalo (RJ): imunização lenta diante do avanço do vírus Idosos aguardam vacinas em São Gonçalo (RJ): imunização lenta diante do avanço do vírus

Apesar do compromisso do Ministério da Saúde de vacinar ao menos um milhão de pessoas por dia, marca que, diga-se, chegou até a ser atingida, o que se assiste é uma nova desaceleração na aplicação dos imunizantes. Dados do site vacinabrasil.org apontam que na segunda-feira 12 foram aplicadas 728.310, e nos dias anteriores os números ficaram ainda mais baixos, repetindo situações de faltas de vacinas em postos de saúde, para a decepção de idosos que aguardavam a imunização. O número de aplicações chega a ser irrisório, lembrando que nos Estados Unidos a vacinação diária supera fácil as 2 milhões de doses e atualmente até pré-adolescentes já começam a ser vacinados. 

Aqui a sensação é de uma corrida lenta e longa, em que o vírus avança, consome leitos hospitalares, ceifa vidas e as vacinas demoram a chegar para todos. Apesar da boa vontade do ministro Marcelo Queiroga, o país faz a imunização de maneira ainda descoordenada, um contrassenso para quem tem uma enorme tradição - reconhecida mundialmente - em campanhas de imunização bem-sucedidas. Não falta capacidade para vacinar. Faltam vacinas.

A única maneira de vencer o coronavírus e fazer a economia respirar são as vacinas e o alerta não é de agora. Cerca de 40% da força de trabalho sobrevive da informalidade sem quase nenhuma proteção social e com um número similar de pequenos negócios acuados pelo endividamento. Portanto, não há outra saída. O dilema brasileiro remete a um episódio ancestral da nossa história. Há quase dois séculos, um botânico francês, August de Saint'Hilaire, veio ao Brasil estudar a flora e cunhou a seguinte frase: "ou o Brasil acaba com as saúvas ou as saúvas acabam com o Brasil", assustado com os danos que os insetos causavam nas plantações. Agora é assim: ou o Brasil vacina e acaba com a pandemia, ou a pandemia acaba com o Brasil.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.