Os empregos na área da indústria e da saúde foram os que mais cresceram após pouco mais de um ano desde a chegada da pandemia do novo coronavírus, aponta análise feita pelo R7, a partir de levantamento da consultoria Kairós com base nos microdados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de janeiro de 2020 a março de 2021.
Entre as dez ocupações com maior saldo no período, calculado pelo Caged com base na diferença entre o número de contratações com o de demissões da ocupação, as áreas são as que mais se destacam.
São elas as profissões de "Alimentador de linha de produção", com saldo de 242.584 vagas, que ocupa o primeiro lugar do ranking, e a de técnico de enferfagem (3º lugar) junto à de enfermeiro (8º), com 92.786 e 37.525 de saldo, respectivamente.
"Durante toda a pandemia a indústria de transformação se manteve em linha de crescimento, chegando agora no primeiro trimestre de 2021 a bater recorde de exportação. Essa atividade é o que vem apresentando, ano após ano, crescimento que não se modificou", explica o diretor da Kairós Desenvolvimento Social, Elvis Bonassa.
A chegada da pandemia, porém, está associada a uma explosão de vagas para enfermeiros e técnicos de enfermagem, que mais que dobraram em comparação com anos anteriores.
As outras ocupações com o maior saldo fazem parte de ramos variados, do setor da agricultura ao de telecomunicações: servente de obras, (94.545 vagas) faxineiro (59.026), Motorista de caminhão (54.157), repositor de mercadorias (41.550), Trabalhador volante da agricultura (37.753), Operador de telemarketing (35.757) e embalador (32.312).
Mais demissões
As ocupações com o menor saldo de contratações são aquelas relacionados ao comércio, serviços e restaurantes. A que registrou o pior número no período, de vendedores de comércio varejista, teve 94.579 vagas fechadas desde janeiro de 2020.
Em seguida vêm as vagas para cozinheiro geral, atendentes de lanchonete, garçom, auxiliar de escritório, motorista de ônibus urbano, auxiliar nos serviços de alimentação, cobrador de transportes coletivos, supervisor administrativo e trabalhador da cultura de cana-de-açúcar.
Para o economista-chefe da G11 Finance, Hugo Garbe, são justamente estes setores que podem retomar a atividade econômica e estancar o desemprego, que cresceu a níveis históricos em 2021, quando a pandemia de covid-19 for controlada no Brasil.
"Tivemos uma demanda reprimida por um ano praticamente. Com a confiança que as coisas vão voltar ao normal, as pessoas vão voltar a consumir e isso faz com que a economia gire em uma velocidade ainda maior, principalmente no setor de bem de consumos, varejo e serviços", disse.