O surto de gripe no período de férias pegou farmácias e fornecedoras de medicamentos desprevenidas no Distrito Federal. Pela alta procura inesperada por remédios para combater a síndrome gripal, alguns estabelecimentos têm estoques baixos e falta de produtos. Devido ao recesso das indústrias farmacêuticas, as farmácias do DF receberam as últimas remessas das mercadorias em 10 de dezembro passado.
Segundo o presidente do Sincofarma (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos) do DF, Francisco Messias Vasconcelos, muitas pessoas procuram o hospital, mas por não conseguirem atendimento, em razão da alta demanda, recorrem às drogarias para ter acesso à medicação adequada.
“Estamos buscando abastecer as farmácias. A maioria das indústrias antecipou a volta do recesso para poder retomar a produção para a população”, destaca Vasconcelos. A previsão do Sincofarma é que uma nova remessa de medicamentos seja disponibilizada no próximo dia 20 de janeiro.
“As medicações estão realmente em falta, apesar de as indústrias estarem trabalhando diariamente”, afirma o presidente do sindicato. O estoque de remédios do DF vem de São Paulo e das cidades goianas de Goiânia e Anápolis.
Com a alta demanda, o preço dos antigripais tem subido. Vasconcelos diz que as farmácias não realizaram reajuste dos valores e seguem um preço tabelado, mas, com o retorno antecipado da produção, as indústrias diminuíram o valor de desconto repassado aos compradores.
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“A indústria passava um desconto maior para as farmácias, e nós repassávamos o desconto proporcional para o cliente. Com a indústria tirando esse desconto, aumenta o preço para o comércio, e consequentemente para o cliente”, explica.
Entre os remédios mais procurados para combater o surto de gripe, estão os antigripais e os xaropes para tosse. Apesar da população recorrer às farmácias para conseguir tratamento, remédios como antibióticos só podem ser vendidos sob prescrição médica.
A campanha de vacinação contra a gripe no DF, iniciada em 2021, continua enquanto durar o estoque. Segundo a Secretaria de Saúde, todos os anos o Ministério da Saúde envia doses a todos os estados. A etapa de vacinação para 2022 está prevista para ter início entre março e abril.
*Estagiária, sob supervisão de Fausto Carneiro