Depois de duas horas de depoimento, pai de Mauro Cid deixa PF nesta terça
General Mauro Cesar Lourena Cid é investigado por suspeita de vender joias e presentes oficiais recebidos por Bolsonaro
Brasília|Do R7, em Brasília
![General depôs por cerca de duas horas](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/5WSTTVE2KVLTVC4RN7NZ5URRCA.jpg?auth=646f688fab6ac6ad1d45b6cfe6f69e357f2690f81a93e7c61d1814ce31eb5f38&width=442&height=240)
O general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de duas horas nesta terça-feira (26). Ele chegou à sede da corporação em Brasília por volta de 13h50 e saiu às 16h20. O militar é investigado pela suspeita de vender ilegalmente joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Em agosto de 2023, a PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas por Bolsonaro. O general foi um dos alvos.
De acordo com a PF, pai e filho teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues em missões oficiais por autoridades estrangeiras a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
A Polícia Federal identificou o rosto do general no reflexo de uma foto utilizada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas recebidas como presente oficial. A imagem foi anexada ao documento de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Na última sexta-feira (22), o tenente-coronel Mauro Cid foi ouvido pelo STF sobre o áudio vazado em que ele fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. No material, o militar alegou ter sido coagido pelos investigadores da PF. O tenente-coronel voltou a ser preso após o depoimento. Desde então, os benefícios da delação estão sob análise e podem ser rescindidos. O depoimento ao STF durou cerca de meia hora e o tenente-coronel chegou a desmaiar durante a oitiva.
A PF sabe para quem Mauro Cid enviou os áudios em que criticou a conduta da corporação e do ministro Alexandre de Moraes no acordo de delação premiada. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (25) à RECORD, mas a identidade do interlocutor permanece em sigilo.
O STF justificou o novo mandado de prisão por descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça. A defesa de Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, divulgou uma nota na quinta-feira (21) negando que o millitar questione as investigações da PF sobre ele. O comunicado diz que o tenente-coronel passa por um momento de angústia pessoal devido às apurações da corporação.