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General diz em CPI que acampamento no QG do Exército não era considerado ilegal

Ex-chefe do Comando Militar do Planalto, Gustavo Dutra afirmou que Exército tentou 'desmotivar o acampamento o tempo todo'

Brasília|Fabíola Souza, do R7, em Brasília


General Dutra durante CPI na CLDF
General Dutra durante CPI na CLDF

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto, afirmou que o Exército sempre teve a intenção de "desmotivar" o acampamento instalado em frente ao Quartel-General, em Brasília. A afirmação foi dada nesta quinta-feira (18), na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos extremistas do dia 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

De acordo com o militar, o acampamento não foi tratado como ilegal pelas instituições. "Nunca trataram o acampamento como ilegal. Trataram as ilegalidades que, porventura, ocorreram no acampamento, e essas ilegalidades foram combatidas constantemente", ressaltou o general. Segundo Dutra, as ilegalidades eram furto de energia elétrica e água e comércio ilegal. Ele afirmou ainda que, se não tivesse acontecido o 8 de Janeiro, a manifestação acabaria “naturalmente” na semana do dia 9.

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Dutra declarou ainda que o Exército não recebeu ordem judicial para retirar os manifestantes da área militar. "No dia 8 de janeiro, quando recebemos, tiramos", disse. Ele também afirmou que, em Belém, no estado do Pará, houve ordem judicial para a remoção do acampamento, que foi desmontado. "O Exército é uma instituição preocupada com a dignidade humana, a preservação da vida e o cumprimento legal das atividades. Nenhuma instituição com poder para dizer que aquele acampamento era ilegal o fez.”

Prisão

Em depoimento, o general Dutra contou como ocorreu a prisão dos manifestantes que estavam no Setor Militar Urbano (SMU) no dia 9 de janeiro. De acordo com o militar, no dia 6 janeiro, o Exército desmontou todo o acampamento e isolou a área. Em 8 de janeiro, depois que os extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, os manifestantes voltaram ao SMU.

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Dessa forma, segundo o general Dutra, o ex-interventor na Segurança Pública do Distrito Federal Ricardo Cappelli pediu a prisão imediata de todos os que estavam no local. Porém, o militar explicou que se tratava de uma operação complexa. “Nós tínhamos que planejar essa operação, senão havia o risco de morrer gente”, disse o general.

Foi nesse momento que o depoente ligou para o general da reserva Marco Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e solicitou ao ex-ministro que relatasse o ocorrido ao presidente Lula. “Dutra, o presidente está aqui na minha frente, está muito irritado e disse que vai entrar”, relatou o general.

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Foi então que Dutra falou diretamente com o presidente, que pediu para que a praça dos Cristais fosse isolada e ordenou a prisão de todos na manhã seguinte, em 9 de janeiro. Em seguida, os ministros da Justiça, Flávio Dino, da Casa Civil, Rui Costa, e da Defesa, José Múcio, chegaram ao local e, em reunião fechada, começaram a coordenar a operação para prender todos os manifestantes que estavam no SMU, em torno de 1.500 pessoas.

“No dia seguinte, a polícia chegou, às 6h30 da manhã, e começou a conduzir a negociação, de maneira extremamente profissional”, declarou o general. Todas as pessoas foram presas e transferidas para presídios do Distrito Federal.

Requerimentos

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos extremistas da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou, na manhã desta quinta-feira (18), requerimento de convocação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e convite ao general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, para depor na comissão como testemunha. Além disso, a CPI vai pedir ao Ministério do Turismo cópia das fichas de registro dos hóspedes de 8 a 14 de dezembro de 2022 nos hotéis do setor hoteleiro Sul e Norte, em Brasília.

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