Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Governo federal zera alíquota do IR sobre leasing de aeronaves 

MP concede benefício para os anos de 2022 e 2023; Bolsonaro também decidiu revogar o Regime Especial da Indústria Química

Brasília|Do R7

Leasing de aeronaves terá alíquota do IR zerada após MP do governo federal
Leasing de aeronaves terá alíquota do IR zerada após MP do governo federal Leasing de aeronaves terá alíquota do IR zerada após MP do governo federal

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) editou nesta sexta-feira (31) uma medida provisória que zera a alíquota do Imposto de Renda cobrado de empresas aéreas sobre o leasing de aeronaves nos anos de 2022 e 2023. A ação era reivindicada pelo setor havia tempo, depois que o Executivo vetou a benesse em lei sancionada em maio de 2020.

A partir de 2024, a alíquota será restabelecida gradualmente com 1%, depois 2% em 2025 e 3% em 2026. Segundo o governo, a iniciativa deve se refletir na diminuição dos custos do setor de aviação e, portanto, no valor das tarifas aéreas. Para retomar o benefício e compensar a renúncia fiscal, por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro decidiu revogar o Regime Especial da Indústria Química (Reiq).

"A alíquota atualmente praticada, de 15% desde 2021, tem efeitos negativos sobre as operações de turismo, gerando aumento de custos e dificultando a recuperação do setor no cenário da pandemia, uma vez que provoca o encarecimento de viagens, diminui a demanda e retrai o consumo", afirmou o governo ao justificar a medida.

A isenção do IR sobre o leasing de aeronaves e motores era uma política adotada desde 1996. Antes, a alíquota aplicada era de 15%. Com mudanças na lei de diretrizes orçamentárias em 2018, o setor perdeu essa isenção. Ao editar a MP 907/2019, de reestruturação da Embratur, o governo definiu que a cobrança seria escalonada. Em 2020, o setor seria tributado em 1,5% – o que prevaleceu na lei sancionada por Bolsonaro. Depois, haveria aumento para 3% em 2021 e para 4,5% em 2022. Os parlamentares, no entanto, alteraram o texto e estabeleceram que em 2021 a alíquota voltaria a ser zero. O trecho, por sua vez, foi vetado por Bolsonaro por recomendação da equipe econômica.

Publicidade
Indústria química: governo revogou regime especial para o setor
Indústria química: governo revogou regime especial para o setor Indústria química: governo revogou regime especial para o setor

Desde então, o Ministério da Infraestrutura se mobiliza para retomar o incentivo para o setor aéreo. Como mostrou o Broadcast, o assunto foi tema de reunião entre os ministros da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e da Economia, Paulo Guedes, e representantes de companhias aéreas no ano passado.

Segundo o governo, a MP vai representar uma renúncia fiscal de R$ 374 milhões em 2022; R$ 382 milhões em 2023; R$ 378 milhões em 2024; R$ 371 milhões em 2025; e R$ 158 milhões em 2026.

Publicidade

Para compensar a renúncia gerada com a isenção sobre leasing de aeronaves, o governo decidiu cortar benefícios tributários concedidos ao setor químico. Por meio de outra medida provisória, editada também nesta sexta, Bolsonaro revogou o Reiq.

Leia também

Essa é mais uma tentativa do governo de acabar com o regime que beneficia petroquímicas. No início de 2021, Bolsonaro chegou a enviar MP ao Congresso para extinguir imediatamente o programa, mas o texto foi modificado pelos parlamentares, o que evitou a revogação. A Câmara determinou que a retirada dos benefícios seria gradual, no decorrer de quatro anos, e o Senado aumentou essa transição para sete anos, até 2028. A norma foi convertida em lei em julho.

Publicidade

Pelo Reiq, o setor tinha alíquotas reduzidas de PIS/Pasep, Cofins, PIS/Pasep-Importação e Cofins-Importação nas operações com nafta e outros produtos destinados a centrais petroquímicas.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República diz que a "medida extingue benefício tributário que implicava renúncia de receitas para a União" e ressalta que a decisão visa compensar a redução da alíquota do Imposto de Renda na fonte incidente nas operações relacionadas a arrendamento mercantil de aeronave ou de motores destinados a aeronaves.

Segundo a Exposição de Motivos da MP, a proposta está inserida em conjunto de ações de controle da qualidade do gasto público federal. "Tal medida traz maior qualidade ao gasto público e mostra-se fundamental para a responsabilidade na gestão fiscal e para a aplicação de eficientes controles na gestão das despesas públicas no âmbito de programas e benefícios fiscais", diz o governo.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.