Grupo monitorava ilegalmente motoristas do DF e vendia relatório dos carros por R$ 150, diz polícia
Câmeras usavam inteligência artificial para identificar placas de veículos; pelo menos 2 mil pesquisas foram comercializadas
Brasília|Do R7, em Brasília
![Câmeras foram recolhidas em diversos pontos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/4SJULCA7GVJOTOBYVEQL3ZIO6U.jpg?auth=2edb286b05c3bcf1528d427a93fef3eb0e86283902e3d8900f598ba4cb3366ff&width=760&height=349)
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o uso de câmeras que monitoravam ilegalmente a rotina de motoristas na capital do país. Com inteligência artificial, equipamentos em diversos pontos do DF eram programados para captar e ler as placas dos carros e produzir um relatório do dia a dia de cada veículo. O relatório da rotina dos carros eram disponibilizados por R$ 150 a consulta. Pelo menos 2 mil pesquisas chegaram a ser feitas.
Ao todo, a polícia cumpriu dez mandados de busca e apreensão. Os envolvidos diziam que o serviço era feito para colaborar na recuperação de veículos roubados, mas a polícia apontou que o acesso era disponível para qualquer usuário que pagasse a quantia cobrada, inclusive para mal-intencionados.
Os responsáveis pelo monitoramento não moram no DF, e a ação era desconhecida de todos os órgãos públicos. A polícia avalia que houve comprometimento da vida privada das pessoas que tinham suas rotinas “vendidas a qualquer um que pagasse o relatório”.
“Importante destacar que a Polícia Judiciária entende que sistemas de videomonitoramento são importantes ferramentas coadjuvantes na segurança pública. Contudo, desde que autorizadas e supervisionadas pelo poder público conforme preconizado por lei”, explica o delegado Erick Sallum, da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte).
O responsável pela investigação acrescenta que a vida privada das pessoas “não pode ser mercantilizada em justa-causa na internet sem a ciência ou consentimento da população”. Os investigados vão responder por exercício ilegal de atividade, divulgação de segredo e falsidade ideológica.
A polícia também vai investigar quais foram os carros pesquisados, quem comprou as informações e o motivo das pesquisas.