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Lula e Petro discutem plebiscito após eleição na Venezuela

Pacto deve assegurar a ‘qualquer perdedor a certeza e a segurança em relação ao seu caminho, seus direitos e suas garantias políticas’

Brasília|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Estado

Lula e Gustavo Petro (Ricardo Stuckert/PR - 17.04.2024)

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, discutiram nesta quarta (17) uma proposta da diplomacia colombiana de realizar um plebiscito para garantir a integridade e a segurança de quem saia derrotado nas eleições da Venezuela. Petro apresentou a Lula sua proposta de diálogo para o que vem chamando de “paz política e democrática”, depois de conversar com Nicolás Maduro e alguns integrantes da oposição ao chavismo, durante uma visita a Caracas, no início da semana.

”Falamos da Venezuela e queremos transmitir ao presidente Lula uma proposta que foi discutida com o presidente Maduro e a oposição. Estamos considerando a opção de um plebiscito nas próximas eleições para garantir um pacto democrático. Esse pacto deveria assegurar a qualquer perdedor a certeza e a segurança em relação ao seu caminho, seus direitos e suas garantias políticas que todos devem ter em seu país”, afirmou Petro. O brasileiro apenas confirmou que ele e Petro conversaram sobre Venezuela e Haiti. “Se depender de Colômbia e Brasil, esse continente será uma zona de paz”, disse Lula.

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Entenda

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, que é da mesma coligação de Corina Yoris, agradeceu à reação de Lula e Petro sobre a eleição venezuelana. Ela destacou que os posicionamentos reafirmam que a luta da oposição “é justa e democrática”. Em 28 de março, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, em Brasília, Lula declarou que a situação na Venezuela é “grave” e que não tem “explicação jurídica nem política”. A fala ocorreu depois de um “bate-boca” público entre os governos dos dois países.

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“É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça, parece que tentou usar o computador e não conseguir entrar, isso causou prejuízo à candidatura. Não tem explicação jurídica, política, proibir um adversário de ser candidato. Aqui no Brasil, todo mundo sabe, todos os adversários são tratados nas mesmas condições. Aqui, é proibido proibir, a não ser que tenha restrição judicial”, afirmou Lula, ao completar que o Brasil vai observar o processo no país vizinho.

O prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais na Venezuela terminou em 25 de março. Horas depois, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), coligação que reúne os principais partidos de oposição a Maduro, anunciou que tinha sido impedida de registrar o nome de Corina Yoris para as eleições. Ela foi indicada para substituir María Corina Machado, do mesmo grupo político, proibida de ocupar cargos públicos pela Justiça venezuelana.

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Em reação, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota e afirmou acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral na Venezuela. “O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil. O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”, afirmou o Itamaraty.

A Venezuela rebateu o comunicado do Itamaraty, chamou a posição do Brasil de “cinzenta e intrometida” e disse “que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. Ainda segundo a nota venezuelana, o governo do Brasil fez “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”. A declaração exige “o mais estrito respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos e na nossa democracia, uma das mais robustas da região”.

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