PF faz operação contra organização criminosa que realizava fraudes bancárias com vítimas no exterior
Suspeita é de que o grupo movimentou 3,6 milhões de euros desde 2019; são 5 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
![PF cumpre 5 mandados de prisão e 13 de buscas](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/KCLZKOLCRFOUPNBL5WGW6W4NI4.jpg?auth=9ec1f01e408e2b8c11195e77961d7398a78e129ca6da44e87b762306edaab567&width=768&height=432)
A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (30) uma operação para investigar a atuação de um grupo responsável por fraudes bancárias eletrônicas no exterior. A suspeita é de que os criminosos movimentaram 3,6 milhões de euros com as fraudes deste 2019. Os agentes cumprem cinco mandados de prisão temporária e outros 13 mandados de busca e apreensão.
Segundo a PF, as vítimas caiam na fraude por meio de um malware bancário, ou seja, um programa intencionalmente feito para causar danos ao computador e colher dados de forma ilegal.
"A infecção dos equipamentos das vítimas era realizada com o envio de e-mails contendo mensagens maliciosas (phishing), que induziam as vítimas a acreditar que se tratava de informações oficiais como, por exemplo, intimações judiciais, cobranças de faturas vencidas, notas fiscais, dentre outros", explicou a corporação.
Ao clicar nos links, as pessoas permitiam, sem saber, o download do malware bancário. Desta forma, a máquina ficava vulnerável e permitia o acesso aos criminosos.
As investigações se iniciaram a partir de informações enviadas pelo Caixa Bank, que identificou que os programadores e operadores do malware bancário estariam no Brasil. Os criminosos conseguiam acessar dados das vítimas de maneira remota e assim realizavam furtos de valores pela internet.
As ações contaram com o apoio da Interpol e com a cooperação internacional da Polícia Nacional da Espanha. "Além do prejuízo causado, identificou-se que houve tentativas de fraude com a utilização do malware bancário brasileiro que chegaria a 110 milhões de euros em prejuízo", detalhou a PF.
As prisões temporárias e buscas e apreensões foram realizadas nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Pará, Goiás e Mato Grosso. Também foram cumpridas ordens judiciais de apreensão e bloqueio de bens e valores para descapitalização da estrutura criminosa e recuperar parte do dinheiro furtado.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado mediante fraude em ambiente cibernético, invasão de dispositivo informático e lavagem de dinheiro.