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Quatro meses após o 8 de Janeiro, Jordy criticou PF e cobrou 'apuração da verdade'

Deputado foi alvo da nova fase da operação Lesa Pátria, que investiga envolvidos nos atos extremistas; ele nega envolvimento

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília


Carlos Jordy foi alvo da operação Lesa Pátria
Carlos Jordy foi alvo da operação Lesa Pátria Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Quatro meses após o ataque às sedes dos Três Poderes, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) criticou o desempenho da Polícia Federal na investigação e alegou que havia necessidade de se apurar a "verdade dos fatos". O parlamentar, que é líder da oposição na Câmara, foi alvo da mais recente fase da operação Lesa Pátria, realizada pela PF para identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos.

"Que haja uma apuração da verdade dos fatos sobre tantas questões nebulosas que envolvem o 8 de Janeiro", disse, em entrevista veiculada em 5 de maio de 2023 pela Agência Câmara. 

Na ocasião, a oposição trabalhava para instaurar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defenderam durante os trabalhos do colegiado que houve omissão por parte do governo federal em evitar os ataques aos prédios públicos e de que pessoas foram presas injustamente, acusadas de participarem ou incitarem os atos antidemocráticos.

Na fala na Câmara dos Deputados, Jordy definiu a data como "o dia que ficou marcado e, infelizmente, utilizado como plataforma política, como palanque político pelo governo, por políticos de esquerda querendo estigmatizar a direita e criando muitas narrativas".

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"Fizeram prisões arbitrárias, ilegais. Sabemos que havia, de fato, pessoas que fizeram vandalismo. Mas muitas foram presas de forma covarde, desumana. Pessoas inocentes que foram protestar". O líder da oposição também argumentou que o levante era contra "um processo eleitoral nebuloso e desigual, com muita interferência da Justiça eleitoral".

"Tivemos acesso a muitas questões que nos levantaram suspeitas de uma omissão do governo federal. Estamos ligando cada vez mais pontos e demonstrando que, de fato, houve não só uma omissão dolosa, mas uma participação do governo federal para que esses atos acontecessem", defendeu, na ocasião. 

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Lesa Pátria

O gabinete de Jordy na Câmara dos Deputados, o apartamento funcional e a casa em Niterói foram alvos da PF nesta quinta-feira (18). O deputado confirmou que teve o celular e uma arma apreendidos nas ações e afirmou também que os agentes não encontraram nada para o "incriminar".

Em um vídeo postado nas redes sociais, o deputado relata que teria sido acordado 6h da manhã enquanto dormia com a filha e a esposa. "Em momento algum do 8 de Janeiro incitei ou falei para as pessoas que aquilo era correto. Pelo contrário, nunca apoiei nenhum tipo de ato, tanto anterior ou depois do 8 de Janeiro", afirmou.

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Já no depoimento prestado à PF, após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, Jordy negou incitar qualquer tipo de ato antidemocrático e participar dos acampamentos montados em frente aos quartéis generais para reivindicar as Forças Armadas contra o resultado das eleições de 2022.

O mandado expedido contra o deputado teve como motivação a troca de mensagens entre o parlamentar e um líder de movimentos extremistas que encabeçou paralisações em rodovias após o resultado das eleições presidenciais de 2022. Segundo a Procuradoria-Geral da República, a relação "transpassa o vínculo político", denotando que Jordy "tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas".

Na manifestação, a PGR contabiliza 627 registros de trocas de mensagens entre Jordy e Carlos Victor de Carvalho. A procuradoria define Carvalho como "liderança da extrema-direita responsável por administrar mais de 15 grupos de WhatsApp" e diz que há "robustos elementos de informação de que ele [Carvalho] organizou eventos antidemocráticos na cidade de Campos dos Goytacazes". O extremista foi alvo de uma operação em 16 de janeiro, chegou a ser preso por envolvimento nos atos antidemocráticos, mas foi solto e responde em liberdade.

Balanço

Nesta nova fase, a 24ª da operação, a PF cumpriu, ao todo, 10 mandados de busca e apreensão, sendo 8 no Rio de Janeiro e 2 no Distrito Federal.

A operação soma 97 mandados de prisão preventiva cumpridos, além de 323 de busca e apreensão. Segundo a PF, os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal. "Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime", diz o comunicado.

Além dos mandados, a PF divulgou o balanço de valores estimados apreendidos até a 23ª fase da operação, confira abaixo:

• Valores de bens apreendidos: R$ 11.692.820,29

• Valores de veículos apreendidos: R$ 5.032.147,00

• Valores de ônibus apreendidos: R$ 8.400.000,00

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