Comparativo: Citroën C4 Lounge e Renault Fluence tentam fugir do estereótipo do carro francês
Recém atualizados, esses franceses buscam um lugar ao sol nascente dos sedãs médios
Carros|Luiz Fernando Betti, do R7

O mundo é cheio de preconceitos, basta olhar o nível das discussões políticas no Brasil. Quem compra um carro também costuma alimentar seus rótulos e generalizações: a marca inquebrável, a mecânica impecável, o mico de vendas.
Nesse lugar comum, as montadoras francesas — atrás apenas das chinesas — estão entre as mais estereotipadas por aqui. É claro que o cenário está mudando, prova disso são modelos como Renault Sandero, consolidado há anos entre mais vendidos do País.

Porém, no segmento dos sedãs médios, dominado há mais de uma década pelos japoneses, o buraco é mais embaixo. Entra ano, sai ano, nenhum francês consegue incomodar os líderes da lista — os mais próximos disso são, atualmente, os renovados Chevrolet Cruze e Nissan Sentra.
No fim do ano passado, a Citroën lançou o C4 Lounge com motor turbo flexível de 173 cavalos (etanol). A Renault, por sua vez, rejuvenesceu o visual do Fluence, que ganhou novos itens para fortalecer suas vendas. Porém, apenas um deles é capaz de ameaçar a hegemonia nipônica. Descubra a seguir.
Lançado no Brasil em 2013, o C4 Lounge tem visual bem resolvido e acabamento interno elogiável, com revestimentos emborrachados e peças em aço escovado no painel. A cabine tem fácil acesso aos comandos e cinco adultos viajam com conforto.
Na configuração THP Auto Tendance (R$ 82.490) o modelo é bem equipado, com seis airbags, controle de estabilidade, ar digital duas zonas, bancos em couro, retrovisores com rebatimento elétrico, central multimídia de 7” com GPS, roda de 17 polegadas e um completo volante multifuncional.

Já o Renault Fluence também tem estilo, com seus faróis espichados e ombros largos. Mesmo na versão mais cara (Privilège, de R$ 85.590), ele abusa do plástico no painel e desliza na ergonomia da cabine ao trazer os botões do som na coluna de direção (e não no volante) e a intuitiva tela multimídia “touch” longe das mãos do motorista. Infelizmente.
Por outro lado, sua lista de equipamentos é bem recheada. Além dos itens presentes no rival, ele tem partida do motor por botão, faróis de xênon com luzes diurnas em LED, câmera de ré com sensor de estacionamento, sensor de chuva e teto solar — equipamento oferecido pelo rival apenas na versão Exclusive, de R$ 89.490. No porta malas, o Fluence leva 530 litros, ante 450 litros do rival.
Ao volante, ambos os modelos são confortáveis e têm bom acerto da suspensão, mais voltada ao conforto. Mais potente, o C4 Lounge (motor 1.6 turbo de até 173 cavalos) tem aceleração mais vigorosas, direção um pouco mais direta e cabine mais silenciosa que o Fluence (motor 2.0 de até 143 cavalos), prejudicado pela pouca sintonia entre o propulsor e o câmbio CVT.
Nas vendas, a disputa está equlibrada neste ano. O Fluence levou a melhor em janeiro, mas o C4 Lounge deu venceu em fevereiro e no acumulado de 2014. No conjunto da obra, o Citroën tem conjunto mecânico mais moderno, melhor ergonomia e acabamento, além de espaço para ocupantes semelhante ao rival. Por isso conquistou a vitória neste comparativo.
