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Marisa Orth traz dilema sobre alcoolismo para o palco em Vitória

Na peça "Bárbara", em cartaz neste sábado (20) e domingo (21), no Teatro Universitário, estrela da comédia trata de uma mulher que...

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Folha Vitória|Do R7


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Conhecida pelo grande público em seus papéis de sucesso em inúmeras comédias e novelas na TV, a atriz Marisa Orth, ao comemorar seus 40 anos de carreira, não ficou na zona de conforto. Aceitou o desafio de interpretar pela primeira vez um monólogo e se debruçar sobre um tema delicado: o alcoolismo. 

A peça "Bárbara" é atração neste sábado (20) e domingo (21), no Teatro Universitário, no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, em Vitória. No palco, sob direção de Bruno Guida, ela dá voz aos dilemas da escritora e jornalista Barbara Gancia, que passou por dependência etílica por 30 anos e narrou seus altos e baixos (e sua rendenção com o tratamento) no livro "A Saideira". 

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O espetáculo, com dramaturgia de Michelle Ferreira, utiliza algumas situações extraídas do livro e também cria outras histórias. A preocupação da equipe foi apresentar uma montagem que não fosse apenas uma transposição da obra literária. 

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“Como encenar algo já definitivo e tão bem relatado em um livro? Ao mesmo tempo em que a gente pensava nisso, sempre houve a certeza de que ‘A Saideira’ possui uma força cênica e precisava ganhar o palco para tocar outros públicos”, diz a artista. 

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Com "Barbara", Marisa Orth levou o prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz de Teatro em 2022. Ela diz que o texto é tocante, respeitoso mas que, como a própria autora, que ri dos próprios dilemas, não tem nada de deprê.

A peça, que faz parte do Circuito Cultural Unimed, já teve sessão de sábado esgotada em Vitória e abriu apresentação extra no domingo. 

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Confira entrevista 

1 - Você é uma atriz cujo trabalho e trajetória estão associados na comédia. Ficou com receio em encarar um texto que, à primeira vista, traz um assunto triste e pesado, de dependência alcoolica?

Marisa Orth: Sim. Meu trabalho é associado à comédia principalmente para o grande público, que é o público da televisão. Na televisão, a enorme maioria dos meus trabalhos (embora não sejam todos) foram ligados à comédia. Sem dúvida, foram meus maiores sucessos até por causa do maior número de público. No teatro e no cinema, eu sempre tive uma trajetória mista, não necessariamente cômica. Fiz mais peças sérias do que cômicas. Fiz shows que também iam para a comédia. Mas eu não tive receio. Eu fiquei com medo não por este trabalho ser sério mas por ser um tema que fala sobre abuso de droga, dependência. Isso impõe respeito para qualquer artista para falar sobre isso e não pelo fato de não ser cômico. É um assunto delicado mesmo.

2 - É seu primeiro monólogo. O que você destacaria neste novo desafio de sua interpretação?

Não vou passar pano não. É difícil pra caramba (risos). É bem desafiante mesmo. É mobilizante, dá um estresse diferente. Fico feliz de estar fazendo meu primeiro monólogo agora, com mais experiência. O desafio maior é manter o ritmo: não acelerar, não retardar, saber dosa. É pratinho chinês mesmo. É necessário ter muito controle sobre toda a cena. E é muito legal! Cada sessão que eu faço é uma aula. 

3 - De que forma você chegou até o livro da Barbara Gancia?

Uma das produtoras desse espetáculo, a Renata Alvim, mandou o texto. Eu já tinha conhecimento do livro, já queria ler, já queria dar de presente de Natal e nem tinha lido ainda. Eu não conhecia o diretor. Foi uma articulação do diretor Bruno Guida, que falou com a Barbara Gancia que disse que só toparia se fosse eu a fazer. Eles chamaram a Renata. Bruno foi muito engenhoso porque falou para uma que a outra queria e que a outra queria e que a outra... Enfim: nós três fomos sendo convencidas. 

4 - E na hora de adaptar para o palco?

Quando me falaram que a gente ia fazer apenas o livro, eu não vi graça porque a Barbara é quase uma contemporânea. Tá vivíssima e atuante, tá fazendo as palestras dela, que falam, inclusive, do 12º passo dos Alcoolicos Anônimos (AA), que é você espalhar a mensagem, tentar trazer gente para se curar da dependência também. Falei que isso não iria precisar porque não é teatro. Já se tem um livro tão bem escrito e ela é tão divertida. Mas eles falaram que não, que nós iríamos fazer uma dramaturgia a partir do texto, que é o trabalho da Michelle Ferreira, que é uma grande dramaturga. Então a gente tem uma peça de teatro. Tem pedaços do livro? Tem. Mas tem pedaços meus, tem pedaços de ficção. A montagem parte do livro apenas. 

5 - Conversou com a Barbara Gancia no processo de montagem?

Eu já conhecia Barbara, éramos amigos de amigos. Mas, acho que o dia mais difícil do processo foi quando ela foi assistir ao ensaio. Aí, foi fogo! Porque era luz branca sem nenhum declive de palco, sem nenhum poderzinho do palco. E eu pensei: "Meu Deus, como eu vou fazer?". E ela gostou muito! Ela se emocionou. Ela deu risada. Ela nos ajudou. Mudou alguns termos, tipo, não se usa a palavra vício. Usa-se a palavra dependência. A palavra vício, sem que a gente perceba e por pouco conhecimento até da nossa língua, inclui um julgamento de valor. E dependência, não. Nós aprendemos muito com ela e ela tem sido parceiraça!

6 - Aliás, falando no processo de montagem, o que você destaca no trabalho da direção do Bruno Guida e da dramaturga Michelle Ferreira, responsável pela adaptação do livro?

Foi muito legal, nunca tinha trabalhado assim. Foi diferente mesmo. O texto foi sendo escrito enquanto eu ensaiava. Começamos no talo da pandemia e a gente só se via pelo computador. Éramos eu, Bruno e Michelle, cada um na sua casa. Ela apresentava o texto, mandava pra mim. A gente marcava reunião. Eu lia, o diretor e ela ouviam. Os dois viam como sentiam minha interpretação. Começou assim. A edição do texto foi online. Foi tão bacana! Sei lá se a pandemia ajudou, pois naquele contexto estávamos muito humildes, muito desesperados para fazer alguma coisa. Estávamos também muito receptivos à presença do outro. Sabe aquela solidão que se sentia nessa época? Quando aparecia alguém a gente falava: "Nossa, apareceu alguém, uma pessoa, que legal!" Foi o panorama perfeito para que a gente pudesse desenvolver essa peça: com menos ansiedade, com menos crítica. Não era parar simplesmente porque estava ruim ou a gente não tinha gostado. Não gostei? Vamos esperar amanhã. Michele propunha algo e eu dizia que não era por aí. Ou o diretor dizia: "Marisa, você está fugindo. Vai por aqui...". E eu me dobrava nessas dias. Foi bonito demais, foi muito humilde de nossa parte. Não podemos deixar de falar do Fabrício Licursi, que está comigo em cena, apesar de ser um monólogo. Não tem texto mas ele está em cena. É lindo! Porque ele foi o diretor corporal que muito nos ajudou também, uma vez que, na peça, eu faço a Barbara criança, em diferentes fases. A contribuição do Fabrício foi enorme para a peça.

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6 - A sua última vez no Espírito Santo foi com o espetáculo musical “Romance Volume III- Agora Vai”, em 2015, em Vitória, onde você cantava um repertório do cancioneiro romântico, indo do brega ao sofisticado, levando a plateia a refletir sobre as facetas das relações amorosas no mundo contemporâneo. Sente saudade dessa turnê? Há chance de retorno dessa montagem?

Sinto muita saudade do "Romance"! Nossa, em 2015, olha quanto tempo. Mas a pandemia nos roubou dois anos. Mesmo assim, faz tempo! "Romance" foi o dos melhores trabalhos que eu já tive. Atuava com a minha banda. Estou com vontade de retomar sim, retomar um trabalho musical porque não consigo ficar sem um show e sinto muito saudade dessa turnê. Foi lindo! 

7 - O que te marcou na plateia capixaba?

Eu adoro estar em Vitória. Papo sério, mesmo. Acho absolutamente surpreendente. Acho que, para todo brasileiro, Vitória é surpreendente, bem como o Espírito Santo. É um lugar delicioso, bonito, público bom, interessado em cultura, respeitoso e com tietagem na medida. Gosto muito de estar por aí. 

SERVIÇO:

“Bárbara” com Marisa Orth.

Idealização e direção: Bruno Guida

Dramaturgia: Michelle Ferreira

Gênero: comédia.

Quando: sábado (20), às 20h. Domingo (21), às 17h e às 19h30. 

Onde: Teatro Universitário, Avenida Fernando Ferrari, campus da Ufes, 514, Goiabeiras, Vitória.

Classificação: 14 anos

Duração: 80 Minutos

Intérprete de libras na apresentação de domingo.

Valores:

Plateia - R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)

Mezanino - R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

Vendas no site: https://www.lebillet.com.br/

Vendas na bilheteria do teatro no dia do evento a partir das 10h.

Pontos de venda físico: Óticas Diniz Shopping Vitória, Óticas Diniz Shopping Vila Velha, Óticas Diniz Shopping Praia da Costa, loja Origens Shopping Vitória, loja Origens Shopping Praia da Costa, loja Origens Shopping Vila Velha, loja Origens Praia do Canto, loja Origens Praia de Camburi. 

Informações: (27) 2142-5350 e wbproducoes.com

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