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Suspeitos de matar escritora Lacy Ribeiro se ofereceram para capinar terreno para vigiar a vítima

A Polícia Civil deu detalhes sobre como chegou aos dois homens suspeitos de assassinar a escritora e policial aposentada há quase 10...

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7


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Os dois homens suspeitos de matar a escritora e policial aposentada Lacy Fernandes Ribeiro, de 64 anos, teriam se oferecido para capinar terreno da vítima para monitorar a rotina dela. A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (08), pela Polícia Civil durante uma coletiva. 

O crime aconteceu há quase dez anos, mas os suspeitos só foram presos neste ano. Segundo a polícia, Fabrício Ghermano Gomes, conhecido como “Bill”, e Rafael de Carvalho Rodrigues, o "Rafael Lagarto", se organizaram em tarefas e um deles se ofereceu para capinar o terreno da vítima para que conseguisse observar a rotina dela de perto.

A delegada titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Raffaella Aguiar, disse que, com a investigação, a polícia acredita que um desses suspeitos tinha um método. 

“Ele ia nas casas das potenciais vítimas, oferecia serviço de capinar quintal, após perceber que elas moravam sozinhas, observava as rotinas e esperava o melhor momento para ceifar as vidas”, esclareceu.

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Crime semelhante ocorrido dias antes

O que chamou a atenção dos agentes, para que fosse alcançada a conclusão do inquérito sobre a morte da escritora, que ocorreu em janeiro de 2013, foi a semelhança do homicídio com outro crime praticado cerca de 20 dias antes. 

Na ocasião, a moradora da região de André Carloni, na Serra, Maria Ramos foi morta. Outra semelhança encontrada foi o modo como os homicídios foram cometidos: ambos a facadas.

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Nas palavras da delegada, na época, o crime que matou a escritora gerou grande comoção.

"Na DHPM temos a rotina de olhar os inquéritos antigos para tentar novos indícios para dar uma resposta para a família. E nesse caso, quando começamos a mexer na investigação, encontramos um outro homicídio na mesma região, de outra mulher. As duas investigações passaram a ser conduzidas juntas, porque tinham elementos bem parecidos. Com a conclusão desses dois inquéritos, vimos que um dos autores é dos dois homicídios. Nesse ano solucionamos os dois casos”, disse.

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Segundo a autoridade policial, no início, todas as duas investigações tiveram várias linhas e todas foram checadas, para que fossem oferecidos elementos robustos para futura denúncia do Ministério Público.

No inquérito, de acordo com Aguiar, foram obtidas provas técnicas irrefutáveis, o que significa que há total certeza da autoria. Os dois indiciados já contavam com passagem e estavam envolvidos no tráfico da região, em que pese, segundo a delegada, esses dois homicídios não tivessem nada a ver com disputa de tráfico.

Motivação não está completamente esclarecida

Segundo a autoridade policial, ainda não é possível “bater o martelo” na motivação do crime que matou Lacy. O que ela contou é que um dos autores estava preso, mas teve o benefício da saída temporária ou “saidinha”.

Folha Vitória
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“O que estava solto, Fabrício, foi até a casa do liberado, Rafael, e conversou com ele. Muito provavelmente eles traçaram uma estratégia de defesa, de que simplesmente negariam os fatos e não dariam nenhuma outra informação. Então a motivação não conseguimos descobrir. No caso da policial aposentada, ela até havia bens de algum valor em casa, mas Maria era uma pessoa hipossuficiente”, disse ela, descartando a motivação de roubo.

Os suspeitos, conforme relatou a delegada, ofereciam o serviço de capina na mesma região, mataram as duas vítimas a facadas e deixaram os corpos de forma igual. “Analisando a cena, percebemos a conexão. Descartamos violência sexual, já que no laudo não veio nada. Apesar de na época isso ter sido suscitado sobre a Lacy. À época queriam até acusar o namorado pelo crime”, explicou.

No entanto, no caso específico de Lacy, mesmo sendo falada da linha que colocava o namorado como culpado, esta versão não vingou. Para a delegada, é muito comum, em casos de mortes de mulheres, imputar a autoria do crime aos companheiros, mas é preciso checar para não ser feita alguma injustiça.

“No dia do homicídio da Lacy, os criminosos acreditaram que eles a surpreenderiam. Só que o laudo do local deixa bem claro que eles arrombaram a porta e que ela já estava com as roupas bem arrumadas, alinhadas. Entendemos então que ela estava se preparando para sair, ia tomar banho, ouviu o arrombamento da porta, pegou o revólver e tentou se defender. Há indícios de defesa no inquérito e que ela conseguiu alvejar o Fabrício. Nesse dia, ele deu entrada no hospital. Neste ano conseguimos o resultado do DNA dele na cena do crime”, continuou.

No caso da policial Lacy, ninguém deu falta de pertences dela, a não ser o revólver. Neste sentido, não se sabe se os homens entraram para roubar a arma ou se roubaram a arma para fraudar a cena do crime.

Apesar de tudo, lavaram a cena do crime e arrastaram o corpo para o segundo andar da casa. Como tentaram lavar a cena, a perícia conseguiu, à época, recolher, no quarto da vítima, vestígios de sangue e assim localizar o DNA de um dos suspeitos, o Fabrício. Com isso, e pelo fato de ele ter sido alvejado, dando entrada no hospital, foi possível realizar o exame e confirmar a participação dele.

Autoria

Segundo Aguiar, confrontando provas técnicas adquiridas, a partir do serviço de inteligência, com as subjetivas, de declarações de testemunhas, houve muita certeza em apontar a autoria do homicídio da policial aos dois indiciados.

“Rafael, vulgo lagarto, e Fabrício, cometeram o crime. Eles também, naquela época, tinham praticado o outro homicídio na mesma região.

“Tudo foi muito de acordo. Apesar disso, quanto ao Fabrício, conseguimos elementos técnicos e subjetivos de que ele praticou o homicídio tanto da Lacy quanto da Maria Ramos. Em que pese também acreditarmos que Rafael está envolvido no assassinato da Maria, não encontramos elementos palpáveis ainda para apresentar ao MP para oferecer denúncia”, declarou.

No caso da Lacy, depois ficou comprovado que Rafael pegou a arma dela e que ficou em poder do revólver no mesmo dia em que praticou o crime.

Apesar das provas técnicas que foram apresentadas aos suspeitos, foram interrogados e se reservaram ao direito constitucional de prestar declarações somente em juízo. Os dois negam autoria dos dois homicídios.

Segundo a delegada, ambos eram criminosos contumazes. “Colecionavam passagens por tráfico, porte e posse ilegal de arma de fogo. Além disso, Rafael respondia por tentativa de homicídio. “Se ficassem na rua, provavelmente voltariam a delinquir”, finalizou. 

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