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Juíza determina internação provisória de atirador de Goiás

Sentença tem validade de 45 dias

Cidades|Gustavo Basso, do R7, com Agência Estado

Alunos prestam homenagem diante do colégio onde ocorreu o tiroteio
Alunos prestam homenagem diante do colégio onde ocorreu o tiroteio Alunos prestam homenagem diante do colégio onde ocorreu o tiroteio

A juíza plantonista Mônica Cézar Moreno Senhorello acatou o pedido do Ministério Público de Goiás e determinou na noite deste sábado (21) a internação provisória, pelo prazo de 45 dias, do adolescente que atirou contra colegas de classe no Colégio Goyases, em Goiânia. Após o período, o jovem ficará a cargo da Vara da Infância e Juventude, que fará seu julgamento.

Dois estudantes foram mortos e quatro ficaram feridos no ataque.

Conforme decisão, o menor deverá se apresentar ao Juizado da Infância e Juventude na próxima segunda-feira (23). Desde sexta-feira (20), data do atentado na unidade educacional, ele está na Depai (Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais).

Na decisão, a juíza destacou que o adolescente apreendido admitiu, em depoimento à polícia e ao Ministério Público, ter premeditado e executado o ato. Segundo informações preliminares da Polícia Civil, ao menos 11 balas calibre .40 foram disparadas pelo atirador, que utilizou pistola pertencente à Polícia Militar e cedida à mãe dele, que é sargento da PM.

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"É de grande relevância ressaltar que se trata de ato gravíssimo pois o adolescente com o emprego de arma de fogo ceifou a vida de dois adolescentes, colocando em risco a vida de outros tantos inclusive com sérias lesões à integridade física e psicológica de alguns deles", disse a juíza Mônica.

A decisão acata o pedido do promotor Cássio Sousa Lima, da vara criminal do Ministério Público em Goiânia, que pediu os 45 dias estimando como prazo para a conclusão do processo e a decisão da justiça. A internação máxima de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente é de três anos.

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Lima ouviu o adolescente de 14 anos na tarde deste sábado acompanhado do pai, oficial da PM, e da advogada. Segundo o promotor, o adolescente disse estar arrependido enquanto prestou depoimento. "Ele demonstrou arrependimento", disse Lima. O garoto confirmou que vinha pensando em fazer uma retaliação aos colegas que lhe faziam bullying.

Ainda de acordo com o promotor, o pai se mostrou consternado e disse que a família "perdeu o chão". O pai também teria dito que a arma estava em local seguro e difícil de acessar.

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A mãe não esteve no depoimento porque foi internada, em choque, após o acontecimento, e ainda não teve alta.

Cuidados

O promotor pediu a internação no Centro de Internação Provisória de Goiânia, mas solicitou que ele fique em um local seguro.

"Pedi um cuidado especial à polícia judiciária", disse. Segundo ele, é recomendável evitar que o adolescente fique perto de outros infratores menores de idade considerados perigosos.

Bullying

João Pedro Calembo e João Vitor Gomes foram mortos pelo colega de sala em um colégio particular de Goiânia. O incidente aconteceu por volta das 11h40 desta sexta-feira (20) no Colégio Goyases, escola particular de ensino médio e infantil localizada no conjunto Riviera.

Segundo colegas, o menino sofria bullying por parte de outros alunos. Eles diziam que o menino tinha mau cheiro. Hoje, após um jovem oferecer desodorante, o adolescente teria começado os disparos.

Coordenadora conseguiu acalmar o adolescente, que foi apreendido em flagrante
Coordenadora conseguiu acalmar o adolescente, que foi apreendido em flagrante Coordenadora conseguiu acalmar o adolescente, que foi apreendido em flagrante

O R7 teve acesso à conversas em um aplicativo entre estudantes que estavam na escola durante o tiroteio. "Está todo mundo desesperado, porque uma das meninas está quase morrendo. Ela teve que ir pro hospital de helicóptero. Está todo mundo chocado", relata uma jovem.

A coordenadora da escola foi responsável por acalmar o jovem. Ele chegou a apontar a arma contra a própria cabeça, mas ela conseguir evitar o suicídio e convenceu o estudante a esperar a polícia com ela na biblioteca da escola. O adolescente foi apreendido em flagrante delito.

Os dois adolescentes mortos com tiros na cabeça foram enterrados na manhã deste sábado. Entre os quatro jovens que continuam internados, o caso mais grave é de uma garota de 14 anos, que permanece sedada e respirando com o auxílio de aparelhos na UTI. 

Outra menina está internada no Hospital de Acidentados de Goiânia, que não obteve autorização para divulgar o estado de saúde, e dois adolescentes — um garoto e uma garota, ambos de 13 anos — estão internados no Hugo em estado regular, conscientes e respiram sem o auxílio de aparelhos.

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