Cinco dias após a ação policial que deixou mais de 200 professores feridos em Curitiba, o secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, falou pela primeira vez sobre o assunto. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (4), ele lamentou o confronto e afirmou que não há justificativa para o que aconteceu.
— As imagens são terríveis e nada justifica.
Segundo Francischini, vídeos mostram que havia grupos radicais organizados nas manifestações, realizadas na tentativa de impedir que os deputados votassem projeto do governo estadual que o autorizava o uso de até R$ 8 bilhões do Paraná Previdência, o fundo de previdência dos servidores.
A manifestação, na quarta-feira passada, terminou com 213 manifestantes e 21 policiais feridos. A polícia prendeu 14 manifestantes, mas a Associação dos Defensores Públicos do Paraná e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Paraná, que acompanharam as prisões, informaram por meio de nota que nenhum deles foi identificado como black bloc, conforme aponta o governo.
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Francischini afirma que o caso será investigado.
— Temos duas obrigações agora. A primeira é instaurar um inquérito com todo rigor necessário e, inclusive, a designação de um promotor de Justiça para acompanhar todos os atos deste inquérito policial. A segunda é que também temos que avaliar a atuação desses grupos radicais, que foram o grande estopim desse movimento policial.
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