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Santa Casa suspende plano de demissões cogitado para conter crise financeira 

Decisão foi tomada durante reunião da mesa administrativa realizada hoje (28)

São Paulo|Mariana Queen, do R7

A crise financeira da Santa Casa teve seu estopim em junho de 2014
A crise financeira da Santa Casa teve seu estopim em junho de 2014 A crise financeira da Santa Casa teve seu estopim em junho de 2014

Os membros da mesa administrativa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo decidiram, durante reunião realizada nesta quarta-feira (28), suspender o plano de demissão de funcionários da instituição. Agora, será realizado um novo estudo de readequação do quadro de trabalhadores.

A possibilidade de demissões tinha ganhado repercussão na mídia como uma das alternativas estudadas pelo hospital para conter a crise financeira pela qual passa desde o ano passado, quando parte dos funcionários não recebeu o 13º salário.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada no ultimo sábado (24), o hospital tinha a intenção de demitir 1.100 empregados administrativos e da assistência à saúde nos próximos dias. 

Na reunião administrativa de hoje — a primeira do ano — a mesa também decidiu recorrer à venda de imóveis desalugados que fazem parte da riqueza histórica do hospital. Segundo informou a assessoria de imprensa ao R7, “o dinheiro arrecadado será utilizado para reequilibrar as finanças da Santa Casa”. 

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Financeira e política

A crise financeira pela qual a Santa Casa passa teve seu estopim em julho de 2014, quando a entidade fechou o seu pronto-socorro por 28 horas por falta de infraestrutura. 

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Em dezembro do último ano, um rombo no orçamento da instituição fez com que 11 mil funcionários não recebessem o 13º — 669 trabalhadores continuam sem o pagamento, segundo reportagem da Folha de S. Paulo publicada neste fim de semana. 

O valor real do déficit do complexo hospitalar chega a R$ 800 milhões, conforme a investigação de técnicos da BDO RCS Auditores Independente

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A situação expôs a gestão do atual provedor (equivalente ao presidente do hospital), o advogado Kalil Abdalla. Ele assumiu a gestão da Santa Casa pelo terceiro mandato consecutivo em abril de 2014.

Frente à crise, em dezembro, Abdalla pediu uma licença de 90 dias. Atualmente, o advogado enfrenta pressão do movimento Santa Casa Viva, liderado por médicos, para renunciar ao cargo. Ruy Altenfelder, vice-provedor, atua hoje como provedor do hospital. 

Segundo um médico da Santa Casa entrevistado pelo R7 e que prefere não se identificar, a renúncia de Abdalla antes que ele complete um ano e meio à frente do cargo forçaria a necessidade de novas eleições para a escolha de uma nova gestão administrativa. 

— Muitos funcionários que querem a renúncia viram o pedido de licença como uma manobra. Se ele [Abdalla] conseguir tempo para renunciar depois de um ano e meio de mandato, o vice-provedor assume e continua a atual gestão. 

Em trecho de nota encaminhado pela assessoria de imprensa, o hospital diz que "o provedor em exercício Ruy Altenfelder está em constante contato com a Secretaria de Saúde e o Governo do Estado de São Paulo com o objetivo de encontrar a melhor solução para contornar a crise financeira e tornar a Santa Casa financeiramente sustentável, de modo que a Instituição possa continuar prestando o serviço de qualidade à população pelo qual sempre foi reconhecida". 

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