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Uma pessoa LGBT é assassinada a cada 32 horas no Brasil

Segundo levantamento, em 2022, foram registradas 273 mortes de forma violenta no país; dossiê também alerta para subnotificações

Cidades|Letícia Dauer, do R7


Manifestantes participam da 4ª Marcha Nacional contra a Homofobia
Manifestantes participam da 4ª Marcha Nacional contra a Homofobia

O Brasil registrou, em média, um assassinato de uma pessoa LGBTQIAP+ a cada 32 horas, em 2022. Os dados são do dossiê do Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil, divulgados nesta segunda-feira (8). A organização também aponta para o descaso do Estado e a falta de políticas públicas para reduzir a violência contra a comunidade. 

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O documento foi produzido em parceria pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), a Acontece (Acontece Arte e Política LGBTI+) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos).

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De acordo com o levantamento, 273 pessoas LGBTQIAP+ morreram de forma violenta no país, sendo 228 por assassinato, 30 por suicídio e 15 por outras causas. Mais da metade das vítimas são mulheres transexuais e travestis. Confira o número de mortes por segmento:

• Travestis e mulheres transexuais: 159

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• Gays: 96

• Lésbicas: 8

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• Homens trans e pessoas transmasculinas: 8

• Pessoa não binária: 1

• Outros segmentos: 1

Queda de número x subnotificação

Desde 2017 o número de mortes violentas de LGBTQIAP+ no Brasil está em queda, porém o Observatório ressalta que os dados são subnotificados no país em razão da ausência de dados governamentais. O dossiê é produzido a partir das informações disponíveis em jornais, portais eletrônicos e casos publicados nas redes sociais.

A organização realiza o levantamento desde 2000, quando foram contabilizadas 130 mortes por crimes de ódio. Segundo a série histórica, o recorde foi atingido em 2017, quando 445 pessoas LGBTQIAP+ perderam a vida.

Além dos assassinatos, o dossiê identificou outros tipos de violência como agressões físicas e verbais, negativas de fornecimento de serviços e tentativas de homicídio. Os episódios ocorreram em diferentes ambientes como doméstico, via pública, cárcere, local de trabalho.

Dentre os estados com o maior número de vítimas, Ceará aparece no topo do levantamento, com 34 mortes; seguido por São Paulo, com 28 mortes; e Pernambuco, com 19 mortes. Entretanto, se considerado o número de vítimas por milhão de habitantes, o ranking da violência LGBTIfóbica é liderado pelo Ceará, com 3,80 mortes; Alagoas, com 3,52 mortes e Amazonas, com 3,29 mortes. 

Raça e etnia

Dos 273 casos registrados, o levantamento conseguiu identificar a raça ou etnia de 187 vítimas, sendo 94 pessoas brancas e 91 pretos e pardos. No caso de indígenas, houve apenas dois casos. A distribuição é diferente ao analisar a orientação sexual e a identidade de gênero.

Entre os homens gays, predominaram as pessoas brancas (42) em relação às pretas e pardas (27). Enquanto entre as travestis e mulheres transexuais, houve maior número de mortes de pessoas pretas e pardas (58) que de pessoas brancas (46).

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