Nesta segunda-feira (16), a Americanas comunicou que seu conselho de administração contratou a consultoria financeira Rothschild & Co, uma das maiores do mundo, para atuar como sua interlocutora na renegociação de sua dívida, tanto no Brasil quanto no exterior.
"A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores", afirmou em fato relevante à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Fato relevante é um comunicado obrigatório que as companhias de capital aberto têm de fazer para a CVM, a B3 (a bolsa de valores de São Paulo) e seus acionistas das decisões e acontecimentos que possam ter influência na cotação de suas ações.
Nesta segunda, antes de terem as negociações na bolsa suspensas por causa do fato relevante, as ações da Americanas despencavam 41,59%, a R$ 1,84.
Entenda a crise
Na quarta (11), a Americanas divulgou ter encontrado um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas, referente a operações de financiamento de compras, registradas de modo inadequado. A revelação chocou o mercado, e levou à desvalorização das ações da empresa em quase 80%, ocasionando a perda de R$ 8,7 bilhões em valor de mercado, na quinta (12).
Na sexta (13), a Americanas entrou com um pedido de tutela cautelar no TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), que foi atendido pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial, suspendendo a possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa por 30 dias. O receio era de que as notícias pudessem acarretar o vencimento antecipado de dívidas, de aproximadamente R$ 40 bilhões.
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A varejista poderá usar esse prazo para obter um acordo com credores, ou para pedir uma recuperação judicial, meio utilizado para evitar a falência. Por meio desse processo, a companhia pode suspender e renegociar parte das dívidas. Com isso, ela evita o encerramento de suas atividades, a demissão de funcionários e a falta de pagamentos, mas também prejudica os credores.