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Banco Central conclui hoje reunião que deve elevar juros básicos ao maior patamar em cinco anos

Para conter a inflação, taxa Selic deve subir a 12,75% ao ano, alta sinalizada pelo Copom e prevista por analistas

Economia|Do R7


Sequência de ajustes da Selic deve persistir ao menos até junho
Sequência de ajustes da Selic deve persistir ao menos até junho

Os diretores do BC (Banco Central) voltam a se reunir nesta quarta-feira (4) para dar o veredicto que deve elevar a taxa básica de juros da economia brasileira novamente em 1 ponto percentual. A alta, já sinalizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) e prevista pelo mercado financeiro, colocará a Selic no patamar de 12,75% ao ano, o maior nível desde fevereiro de 2017.

No último encontro, quando aumentou a Selic para 11,75% ao ano, o Copom afirmou que a decisão tem o objetivo de conter a inflação, atualmente a caminho de fechar 2022 acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo. Também ficou sinalizado o novo salto dos juros básicos a 12,75% ao ano neste mês.

Assim, a elevação da taxa de juros funciona como o instrumento de política monetária mais utilizado para reduzir os preços. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento pelas famílias.

Após o veredicto desta quarta-feira, as expectativas do mercado financeiro apontam ainda para uma última alta de 0,5 ponto percentual da Selic no encontro de junho, para o patamar de 13,25% ao ano. Para o diretor de Investimentos do Paraná Banco, André Malucelli, o BC continuará com ajustes pontuais na Selic até atingir tal nível.

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“A surpresa negativa na inflação de março, somada ao aumento constante nas expectativas de inflação do relatório Focus, que voltou a ser circulado nesta semana, pode levar o Banco Central a não encerrar o ciclo de alta na reunião de maio, deixando a porta aberta para mais uma alta em junho”, explica ele.

Há, no entanto, instituições que já avaliam a possibilidade de os juros saltarem a 14,25% ao ano até dezembro, conforme as perspectivas apresentadas pelos analistas financeiros ao BC. O patamar das previsões mais pessimistas foi visto pela última vez em outubro de 2016, após vigorar por mais de um ano.

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A decisão a respeito da décima elevação consecutiva da taxa básica será anunciada após as 18h30, e ficará vigente por ao menos 45 dias, quando o Copom volta a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

Leia mais: Entenda a taxa básica e como ela impacta o bolso dos brasileiros

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Ontem (3), o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos Neto, e os oito diretores da autoridade monetária iniciaram as apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.

A partir deste mês, a primeira sessão dos encontros do Copom, voltada para a análise de cenários e conjuntura, será feita também na manhã desta quarta-feira, quando o comitê projeta as possibilidades futuras e define a nova Selic.

De acordo com o BC, a mudança busca apenas disponibilizar mais tempo para as apresentações técnicas sobre conjuntura econômica, sem alteração no número de apresentações ou de participantes. “Por se tratar de mero ajuste administrativo, não há necessidade de alterar o regulamento do Copom”, garante a autoridade monetária.

Juros básicos

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

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A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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