O banco francês BNP Paribas elevou sua projeção para a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano em 1,5 ponto percentual, a 10%, prevendo impacto mais forte e duradouro de pressões inflacionárias já contempladas em cenário anterior.
A estimativa de inflação de dois dígitos neste ano veio acompanhada de alta de 0,5 ponto em seu prognóstico para o avanço do IPCA em 2023, a 5%. Dessa forma, o banco francês vê as taxas de inflação bem acima do centro das metas oficiais, que são de 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
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"Esperamos pressão dos mesmos setores [apontados na última revisão de cenário], mas com impacto mais forte e duradouro", afirmou o BNP em relatório assinado por Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para a América Latina, e Laiz Carvalho, economista para o Brasil.
Entre os fatores de pressão, o credor privado citou a disparada dos custos de combustíveis e alimentos, interrupções contínuas na cadeia global de abastecimento e a previsão de que o setor de serviços doméstico repassará a desancoragem das expectativas de inflação para os preços.
O BNP ainda estima que a taxa Selic chegue a 14,25% até o fim deste ano e encerre 2023 em 10,5%, mas disse que vai esperar o próximo comunicado de política monetária do Banco Central para determinar novas previsões.
A autarquia começou nesta terça-feira seu encontro de dois dias, com ampla expectativa de que os juros básicos subam em 1 ponto percentual, para 12,75%.