O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), optou pela terceira redução consecutiva da taxa básica de juros da economia brasileira. Desta vez, o corte na Selic foi o mais expressivo: de 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano.
Com a nova redução, os juros básicos da economia brasileira atingiram o menor patamar desde abril de 2015, quando a Selic estava em 13,25% ao ano. O corte foi surpreendente para o mercado que aguardava uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa.
A decisão de reduzir novamente a taxa básica de juros foi tomada por unanimidade após dois dias de reunião. Além do presidente do BC, Ilan Goldfajn, votaram a favor do corte Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.
Em nota, o Copom afirma que o conjunto dos indicadores sugere atividade econômica aquém do esperado, mas aponta para uma sinalização da retomada da atividade econômica.
A inflação, anunciada dentro do teto da meta estabelecida pelo governoem 2016, também motivou o corte brusco dos juros. “A inflação recente continuou mais favorável que o esperado. Há evidências de que o processo de desinflação mais difundida tenha atingido também componentes mais sensíveis à política monetária e ao ciclo econômico”, diz a nota do grupo.
Taxa básica
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%. Isso acontece porque os juros mais altos fazem o crédito ficar mais caro, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
A Selic só influencia o rendimento da poupança quando é igual ou inferior a 8,5% ao ano. Ou seja, com a taxa a 13,75% ao ano vale mais a pena buscar alternativas mais atrativas de investimento.