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Dólar cai mais de 1% após fala moderada de Lula e esperança de desidratação da PEC da Transição

Moeda fechou o dia cotada em R$ 5,31, valor de encerramento mais baixo desde a última segunda (14), quando chegou a R$ 5,30

Economia|Do R7


Dólar começou a semana em queda de 1,18% frente ao real, cotado a R$ 5,31
Dólar começou a semana em queda de 1,18% frente ao real, cotado a R$ 5,31

O dólar fechou a segunda-feira (21) em queda de 1,18% frente ao real, apesar de manter sua força no exterior. Investidores reagiram positivamente às falas conciliadoras de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a postura fiscal do Brasil, com esperanças de que a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição seja desidratada durante tramitação no Congresso.

A moeda norte-americana à vista encerrou o dia cotada a R$ 5,3115 na venda. Foi a maior desvalorização percentual diária desde o último dia 11 (-1,24%), e o patamar de encerramento mais baixo em exatamente uma semana (R$ 5,3026).

As perdas da divisa norte-americana na manhã desta segunda vieram na contramão do exterior, onde o índice do dólar avançava 0,85%. Ao mesmo tempo, vários pares arriscados do real operaram em forte queda, com peso mexicano, dólar australiano e rand sul-africano perdendo de 0,6% a 1%.

O Banco Inter citou, em nota, "cautela de investidores à medida que os casos de Covid-19 aumentam e novos lockdowns vão sendo impostos na China", bem como desconforto dos mercados com sinalizações mais duras contra a inflação de autoridades do banco central dos Estados Unidos.

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No sábado (19), Lula afirmou que a responsabilidade fiscal é importante, afirmando que "não podemos gastar mais do que a gente ganha", e reforçou seu compromisso com o investimento na economia e no bem-estar social do país.

Um dia antes, na sexta-feira, o presidente eleito havia dito que ficou feliz com a carta aberta que recebeu de economistas, que o alertaram para o risco de subestimar reações adversas dos mercados financeiros a medidas que vão contra a responsabilidade fiscal. Ele garantiu ter compromisso com o controle das contas públicas.

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As falas de Lula vieram em meio às negociações da PEC de Transição, cuja minuta apresentada pelo governo eleito prevê uma exceção ao teto de gastos no valor de quase R$ 200 bilhões por tempo indeterminado, o que desagradou profundamente aos mercados.

A PEC e o mercado

"Felizmente, o Congresso também reagiu negativamente à proposta e começa a negociar, pelo menos, em duas direções", avaliou a Genial Investimentos, em relatório enviado a seus clientes. "De um lado, uma redução do valor do aumento do ' pé direito' do teto... A segunda linha de negociação é retirar o programa Auxílio Brasil do teto apenas em 2023, e renegociar no final do próximo ano."

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Maciel Vicente, consultor de câmbio da iHUB Investimentos, disse que as negociações do mercado de câmbio doméstico devem permanecer voláteis enquanto durarem as negociações da PEC da Transição e o processo de escolha das equipes ministeriais oficiais de Lula.

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Ainda assim, ele avaliou que, salvo um acontecimento "extraordinário" que assuste os mercados durante o processo de transição, o real deve eventualmente retomar a tendência de enfraquecimento que apresentou durante boa parte de 2022, em meio a fundamentos econômicos mais atraentes do que o de vários de seus pares emergentes.

Vicente espera que o dólar oscile numa faixa entre R$ 5,10 e R$ 5,30 ao longo dos próximos dois a três meses, mas recue a longo prazo, em cerca de 12 meses, para um intervalo entre R$ 4,90 e R$ 5,10.

Embora tenha disparado recentemente, em meio a temores fiscais, o dólar ainda cai cerca de 5% frente à divisa brasileira até agora no ano. No mesmo período, o índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares fortes dispara quase 13%.

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