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Dólar fecha com leve alta, a R$ 5,21; Ibovespa recua, mas avança na semana

A moeda americana à vista teve variação positiva de 0,07%, mas acumulou baixa de mais de 3% na semana

Economia|Do R7


Na semana, o Ibovespa valorizou-se em 5,76%
Na semana, o Ibovespa valorizou-se em 5,76%

O dólar subiu ligeiramente frente ao real nesta sexta-feira (7), ao fim de uma sessão marcada por volatilidade, na esteira de dados de emprego dos Estados Unidos. Mas acumulou baixa de mais de 3% na semana, a pior em mais de dois meses, sob forte influência da reação positiva do mercado local ao primeiro turno das eleições presidenciais.

A moeda americana à vista teve variação positiva de 0,07%, a R$ 5,2140, depois de ter trocado de sinal várias vezes ao longo do pregão. No maior patamar do dia, atingido pouco depois da publicação dos dados dos EUA, o dólar subiu 0,83%, a R$ 5,2537. Na mínima, registrada no fim da manhã, o dólar caiu 0,31%, a R$ 5,1941.

Já o Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, encerrando uma série de cinco pregões de alta, com as ações da Cosan entre as maiores baixas depois do o anúncio de compra de participação na Vale — que também perdeu fôlego após a notícia.

Wall Street endossou o ajuste na bolsa paulista e mais uma vez fechou em baixa, com dados de emprego que corroboram as apostas de que o Federal Reserve continuará com a campanha de aumento da taxa de juros, que muitos investidores temem que leve a economia dos Estados Unidos a uma recessão.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,01%, a 116.375,25 pontos, após ter encostado nos 118 mil pontos na máxima do pregão. O volume financeiro somou 32,5 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa valorizou-se em 5,76%, em desempenho que reflete principalmente a alta de 5,54% na segunda-feira (3), quando reagiu ao resultado do primeiro turno das eleições no Brasil, com uma disputa mais apertada que o esperado na corrida presidencial e uma composição de centro-direita no Congresso.

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Moeda

O vaivém do dólar foi resultado de um "payroll", como é conhecido o relatório de emprego americano, disseram especialistas. A criação de empregos ficou acima do esperado, mas ainda é lenta na comparação com meses anteriores.

A maior economia do mundo abriu 263 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, disse o Departamento do Trabalho dos EUA, enquanto a taxa de desemprego caiu para 3,5%. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 250 mil postos de trabalho e manutenção do nível de desocupação em 3,7% em setembro.

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"A divulgação do payroll deste mês indicou que, apesar de o dado ter mais uma vez superado a expectativa de mercado, o volume de novas vagas no mercado de trabalho norte-americano vem perdendo força, com o resultado deste mês ficando bem abaixo da média de 2022, que é de 420 mil vagas", comentou Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Também chamou atenção uma desaceleração no avanço anual dos salários da população norte-americana a 5,0%, de 5,2% em agosto. "Esse dado demonstra que a probabilidade de a atual variação dos salários levar a uma espiral inflacionária nos EUA permanece baixa", escreveu o analista do Banco Inter Vitor Martins Carvalho.

Mesmo assim, "o crescimento dos postos de trabalho deve demandar a manutenção da política monetária em terreno estritamente positivo por parte do Fed", conforme o banco central americano tenta frear a economia para reduzir a inflação, disse Pizzani, da CM Capital.

Na esteira do relatório de emprego, operadores de futuros vinculados à taxa básica de juros do Federal Reserve elevaram as apostas de que o banco central realizará um quarto aumento consecutivo, de 0,75 ponto percentual nos custos dos empréstimos, no mês que vem, o que elevaria seu aperto total desde março deste ano para 3,75 pontos.

Diante do ambiente de juros mais altos nos EUA, muitos investidores direcionam capital para o país, já que o rendimento de seus títulos fica mais atraente, ao mesmo tempo que oferece risco praticamente zero, explicou à Reuters Lucas Carvalho, analista-chefe da Toro Investimentos. Nesse contexto, a tendência num curto prazo é de valorização do dólar em relação ao real, disse ele, embora tenha reconhecido que a moeda local pode ter as perdas limitadas por fatores domésticos.

Alívio

O dólar caiu 3,34% em relação ao real na comparação com o fechamento da última sexta-feira (30), seu maior tombo semanal desde a queda de 5,91% registrada no período de 25 a 29 de julho passado.

O grosso das perdas veio na segunda-feira (3), o primeiro pregão após o resultado do primeiro turno das eleições.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o candidato mais votado no domingo, mas disputará um tenso segundo turno com o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que teve desempenho superior ao estimado pelas principais pesquisas de opinião. Os mercados interpretaram esse desdobramento como positivo, já que deve forçar Lula a moderar seu discurso e buscar alianças mais ao centro.

Investidores também se tranquilizaram após a formação de um Congresso significativamente alinhado a pautas conservadoras e liberais, o que, na visão dos mercados, poderia evitar o avanço de eventuais agendas econômicas muito custosas sob o próximo governo, seja este de Lula, seja de Bolsonaro.

Carvalho, da Toro, disse que o bom desempenho da atividade econômica brasileira e o adiantamento do processo de altas de juros do Banco Central, que trouxe a taxa Selic para os atuais 13,75%, também colaboram para a resiliência do real. Mas alertou para a possibilidade de picos de volatilidade no câmbio à medida que a segunda rodada do pleito presidencial se aproxima.

Na B3, às 17h10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a R$ 5,2360.

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