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Entenda por que o Toblerone vai perder o status de chocolate suíço

A embalagem do produto vai deixar de exibir a montanha Matterhorn, nos Alpes, por conta das regras de marketing suíças

Economia|Do R7


O chocolate não poderá usar montanha suíça na embalagem, após produção mudar de país
O chocolate não poderá usar montanha suíça na embalagem, após produção mudar de país

O Toblerone, a barra de chocolate conhecida pelo formato triangular, terá de mudar a embalagem e não poderá mais ser chamado de produto suíço nem ter a montanha Matterhorn no seu logotipo.

Depois que o proprietário americano da marca, a Mondelez, decidiu transferir parte da produção para Bratislava, a capital da Eslováquia, a partir deste ano, as futuras embalagens do chocolate apresentarão um design genérico de montanha. Isso porque as regras de marketing da Suíça não permitem que um produto tenha referência sem ser produzido no país.

“O redesenho da embalagem apresenta um logotipo de montanha modernizado, que se alinha com a estética geométrica e triangular”, disse um porta-voz da Mondelez ao jornal suíço Aargauer Zeitung.

De acordo com a legislação que entrou em vigor na Suíça em 2017, as empresas devem mostrar que seus produtos são suficientemente “suíços” para reivindicar esse rótulo, que há muito tempo é associado a produtos de prestígio, como os relógios suíços.

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Autoridades suíças da época citaram estudos que mostravam que uma associação com a Suíça pode adicionar até 20% ao preço de um produto, ou até mais, para itens de luxo. Essa associação, porém, foi “muito cobiçada e mal utilizada”, disseram as autoridades, de uma forma que prejudicou sua credibilidade.

Agora, os produtos alimentícios devem obter pelo menos 80% de suas matérias-primas na Suíça para se qualificarem como fabricados na Suíça, ou 100% no caso de leite e produtos lácteos (o cacau é uma exceção, porque se enquadra na categoria de itens naturais que não podem ser produzidos localmente).

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A Mondelez não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a mudança de marca.

O destino de um urso retratado ao escalar a montanha icônica no logotipo atual permanece desconhecido (o urso está parcialmente escondido dentro do logotipo, e alguns clientes aparentemente ficaram surpresos ao saber de sua existência). Berna, a cidade suíça onde os Toblers abriram uma loja de doces, em 1868, é conhecida como a “Cidade dos Ursos”.

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O site da empresa afirma que a forma triangular única da barra de chocolate de mais de 100 anos foi inspirada na pátria montanhosa do chocolatier suíço Theodor Tobler, em particular a Matterhorn, de 4.478 metros de altura, uma das montanhas mais conhecidas dos Alpes. A montanha mais alta da Eslováquia, a Gerlachovsky Stit, tem apenas 2.654 metros.

Não é a primeira vez que os picos icônicos do Toblerone se envolvem em um debate político conturbado. Em 2016, o governo britânico foi chamado a explicar por que a Mondelez ampliou o espaçamento entre os picos de chocolate: foi o Brexit? Como se viu, não. A redução no peso das barras havia sido planejada muito tempo antes, por conta do aumento do preço de alguns ingredientes, disse a empresa na época.

A Suíça não é o único país preocupado em salvaguardar a autenticidade de seus produtos. Os produtores franceses lutaram durante anos para proteger o nome Champagne de ser usado por produtores estrangeiros, uma briga que surgiu novamente em 2021, na Rússia.

Um tribunal de apelações dos EUA decidiu na semana passada que o nome “Gruyère” é um termo comum para queijo feito na América e pode ser usado para produtores fora da região de Gruyère, na Suíça e na França.

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